De todos os principais eventos globais de momento, entre eles a aprovação do governo Trump, a Guerra na Síria, os atentados do Estado Islâmico e a indisposição na Península Coreana, sem sombra de dúvidas, as Eleições na França chamaram mais atenção neste começo de semana.
O euro saltou perante o dólar com um gap de aproximadamente 200 pips na abertura dos Mercados, no domingo a noite, após o resultado do primeiro turno ficar em linha com as pesquisas de opinião, fato que pode ter acalmado os investidores sobre outro choque político sistêmico no segundo turno no próximo mês.
Medidas de volatilidade esperada do euro, que chegaram aos níveis mais altos em um ano antes da eleição, voltaram a níveis relativamente normais, em torno de 8,5%, podendo indicar redução da preocupação em relação às chances da nacionalista Marine Le Pen, que é contrária à União Europeia, ser eleita.
As pesquisas também demonstraram até o momento Macron derrotando Le Pen por cerca de 30 pontos percentuais daqui a duas semanas, o que pode permitir que os players do mercado que fizeram hedge ou desistiram de seus ativos da zona do euro possam voltar a comprar.
Em paralelo a isso, com os mercados de forma geral mais confortáveis com o resultado da eleição, a forte saída de dinheiro da segurança do iene foi mais acentuada. A moeda japonesa chegou a cair 2% contra o euro e mais de 1% contra o dólar nos últimos dias.
Partindo-se para nossa análise gráfica, podemos notar um teste atual da importante zona de resistência em aproximadamente 1.0900, vigente desde o último trimestre do ano passado, quando os preços caminharam de forma lateral, com suportes importantes em 1.0500 e 1.0350.
Se confirmado o rompimento da resistência em 1.0900, poderemos ter altas até os 1.1450. Alguns pontos interessantes que merecem destaque é o fato de ainda termos um GAP em aberto, desde o fechamento do mercado na última sexta-feira, em 1.0725. Em meio a este “alto astral” e baseando-se nas pesquisas até o momento, será que os vendedores teriam força para fechá-lo? Além disso, não podemos esquecer de que, mesmo sendo evidente uma vitória de Macron, uma virada de mesa nos próximos quinze dias para uma liderança da candidata nacionalista Marine Le Pen poderia trazer um péssimo humor ao Euro, aumentando as chances de buscar novamente os suportes em 1.0500 e 1.0350. Espero que a memória dos traders não seja curta, pois há pouco tempo atrás, Hillary Clinton já era considerada presidente dos EUA, mas o que vemos é Trump rumo ao primeiro semestre comandando a Casa Branca. Vamos aguardar a confirmação dos fatos.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)