O mercado se animou e ontem o dólar à vista chegou a operar parte do dia abaixo da barreira de R$ 5,00. A inflação veio abaixo da expectativa do mercado. O IPCA foi de 0,84% para 0,71% em março. Desde janeiro de 2021 que o IPCA acumulado em 12 meses não ficava abaixo de 5% e, em março, chegou a 4,65%. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,0067 no mercado à vista.
O Brasil está atraindo capital estrangeiro. Para completar o otimismo, ontem, o Secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que o governo decidiu não incluir receitas extraordinárias no cálculo que limita o crescimento real das despesas federais a 70% do avanço da receita primária líquida dos 12 meses até junho do ano anterior. Isso significa que os recursos não recorrentes arrecadados não serão considerados na definição do valor das despesas, o que tende a reduzir os gastos do governo e evita a criação de despesas permanentes com base em recursos sem previsão de se repetirem. Ótima notícia para o fiscal!
Agora, as atenções do mercado de câmbio hoje estarão voltadas para a Ata da última reunião do Fed. Vamos acompanhar. O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse ontem que com base apenas nos dados de emprego e da inflação um aperto mais agressivo da política monetária pode ser justificado, mas a quebra de dois bancos regionais dos EUA em meados de março desencadeou um estresse financeiro que pode ter um impacto na economia real que o Fed precisará levar em consideração. A maioria do mercado aposta em alta de juros de 0,25 pp.
Hoje, atenção para os dados de inflação. Qualquer número forte deve alimentar apostas de que o Federal Reserve continuará elevando os juros em sua próxima reunião de política monetária, no início de maio. Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente de redirecionamentos de recursos para o mercado de renda fixa norte-americano. Por outro lado, com a taxa Selic ainda em 13,75%, o Brasil segue oferecendo uma rentabilidade muito atraente para agentes financeiros externos, o que tem sustentado o real nas últimas semanas. Mas agora, com esse IPCA, nossa taxa de juros deve reduzir. Se os juros diminuírem aqui e aumentarem nos EUA, força para o dólar. Vamos ver o que falará mais alto, nosso otimismo fiscal ou os juros lá de fora.
No calendário para hoje, teremos nos EUA o IPC de março (super importante para medir a inflação) e as atas da última reunião de política monetária do Fomc. Por aqui, as Vendas no Varejo e Confiança do Consumidor. Na Europa, discurso de Luís de Guindos, membro do BCE.
E hoje? Segue abaixo de R$ 5,00 ou volta a subir? Qual a opinião de vocês?
Bons negócios a todos e muito lucro!