Se tivéssemos que resumir em uma palavra o comportamento do Dólar perante o Real nas últimas semana ela seria: TENSÃO! Tudo começou com a surpreendente eleição de Trump nos EUA contrariando todas as pesquisas. Obviamente que os Mercados globais ficaram apreensivos provocando uma fuga de capitais de países emergentes, entre eles o Brasil.
Em momentos assim, quando os investidores não sabem o que pode acontecer e quais podem ser as consequências, o dinheiro tende a migrar para regiões mais seguras e menos conturbadas.
>> Taxa de Juros do FED
Aliado a tudo isso, aumentam-se consideravelmente as expectativas de que o FED possa aumentar sua taxa de juros em sua última reunião de política monetária do ano, no dia 14 de dezembro. A economia americana bate recorde nas taxas de desemprego, sendo o menor dos últimos 9 anos e as políticas econômicas começam a surtir efeito em busca da meta de inflação.
Segundo a opinião de alguns analistas, o FED só não elevou sua taxa na reunião anterior no começo de novembro, pois seria muito próxima das eleições e não queriam trazer um tumulto maior ao Mercado, que já estava focado na corrida presidencial.
>> No Brasil segue o caos!
Por aqui, o cenário político continua cada vez mais conturbado. O desenrolar das investigações da Lava-Jato trazem cada vez mais temor ao Congresso e ao Senado, aumentando a lista de parlamentares envolvidos em escândalos de corrupção a cada delação.
Aproveitando a calada da noite na semana passada, durante uma das maiores tragédias do esporte mundial, com a queda do avião que transportava a delegação da Chapecoense, o Congresso aprovou rapidamente a PEC anti-corrupção e a encaminhou ao Senado na mesma noite, que após a votação, não passou. O texto dessa PEC, de modo resumido, visa “proteger” os acusados e tenta virar a mesa contra juízes e promotores, através de alguns artifícios que podem ser usados pelos acusados como abuso de poder por parte dos judiciários.
Se aprovada, cairia como um balde de água fria em tudo que foi conquistado até agora por Moro e sua equipe. Claro que este comportamento trouxe indignação por parte de imprensa e da nação, culminando até com novos protestos neste último domingo.
>> Juros seguem diminuindo
Por fim, o COPOM, após sua última reunião de política monetária na semana passada, realizou um novo corte das taxas de juros, que agora estão em 13,75%, totalizando 1% de queda nos 2 últimos encontros.
>> Convergência de fundamentos
Dessa maneira, esta série de fundamentos pode culminar para uma valorização excessiva da moeda americana frente o Real nestas últimas semanas de 2016, podendo chegar até as máximas em que começamos em janeiro, na região dos R$ 4,10. Vamos aos gráficos para entender melhor esta situação:
No gráfico semanal, notamos como os preços tiveram uma fuga abrupta para cima, quando romperam a barreira dos R$ 2,45 no início da crise no segundo semestre de 2014. A tendência de alta foi forte, até sua consolidação da região dos R$ 4,10 aproximadamente.
Após realizar a máxima de 2016 em janeiro, nos R$ 4,17, os preços efetuaram uma tendência de baixa, chegando aos R$ 3,10, porém, como mencionado o cenário nas últimas semanas, esta tendência foi rompida, com a cotação realizando topos e fundos ascendentes de novo.
No momento da análise, temos dois pontos importantes: se a última resistência nos R$ 3,50 for rompida, poderemos ter subidas até a importante zona dos R$ 3,70. E, se superada, poderemos ter caminho aberto às máximas novamente.
Para os otimistas em uma nova queda do Dólar, atenção aos suportes em R$ 3,30 e R$ 3,10, que podem conter uma grande espera de compradores de tendência. Para uma reviravolta no Mercado, somente após o rompimento dos R$ 3,10 podendo rumar para a casa dos R$ 2,90.
Instabilidade política segue como indicador para o Bovespa
Nesta segunda-feira o mercado brasileiro iniciou pregão ensaiando uma possível recuperação dos seus preços, movimentando-se por um dado período da manha acima da linha de fechamento do dia anterior, mas acabou perdendo as forças com a entrada das forças vendedoras onde novamente empurram o Bovespa para baixo rompendo tanto a linha de fechamento do anterior quantos as médias móveis exponencial de 9 períodos e simples de 20 como demostramos no gráfico de M15, fechando assim o dia em baixa atingindo os seus 59.832 pontos correspondendo a uma perda de - 0.80%.
Destaque para a queda das principais ações : Petrobras (SA:PETR4) que fechou em queda de - 1.07% sendo cotada a R$ 15.66, Banco do Brasil (SA:BBAS3) fechou em queda de - 1.91% sendo cotada a R$ 26,65, e com toda essa instabilidade política que veem rodando o mercado acaba trazendo junto reflexos bastante negativos e cautela por parte da grande maioria dos investidores, facilitando muito a ação dos vendedores no dia de hoje.
Por Rodrigo Rebecchi e Jeimes Lopes dos Santos (Equipe Youtrading)