A pergunta é um tanto pretensiosa e não tenho a intenção de respondê-la, mas, sim, de trazer algumas reflexões sobre o assunto. Um levantamento da plataforma de pagamentos Transfeera mostrou que a demanda de transações (PF e PJ) dos grandes bancos caiu quase pela metade entre 2017 e 2021.
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Isso mostra de forma clara que essas empresas estão perdendo market share para os bancos digitais. Ainda de acordo com a pesquisa, o Nubank (SA:NUBR33) (Nubank) (NYSE:NU) ficou com cerca de 20% do total de transações no período.
E há ainda a questão das carteiras de crédito. Com o crescimento do mercado de capitais, as opções para empresas captarem recursos aumentaram e, em muitos casos, com linhas mais baratas.
Com a taxa Selic chegando em dois dígitos, esta questão se torna ainda mais primordial para os negócios que dependem de crédito para expandir as suas atividades.
Por isso, podemos pensar que existem vários motivos para acreditarmos que os bancos tradicionais perderão ainda mais espaço no mercado.
Ainda que os lucros dos quatro maiores tenham batido recorde em 2021, quem não viu alguma agência bancária fechar em um passado recente?
É a prova de que há uma mudança em curso e essas empresas já perceberam. O fechamento de postos de atendimento não significa, necessariamente, que elas vão falir, mas revela um ajuste importante.
Além disso, em geral, essas companhias costumam ter bons gestores e estratégias de negócios interessantes. Afinal, estamos falando de empresas extremamente capitalizadas.
Para dar uma ideia da dimensão, somados os lucros líquidos de Banco do Brasil (SA:BBAS3), Bradesco (SA:BBDC4), Itaú (SA:ITUB4) e Santander Brasil (SA:SANB11), chegamos a mais de R$80 bilhões.
Por isso, eu não me surpreenderia caso os bancos continuem apresentando resultados em cima de resultados. Contudo, há uma luz “vermelha” acesa e, para o investidor, é muito importante ficar atento.
Como eu disse no início do artigo, não tenho a pretensão de “cravar” o futuro dessas empresas. Porém, os drivers que eu citei neste texto e outros que não cabem agora podem afetar as ações no futuro.
A receita? Diversificação e muito estudo. O mundo tem passado por mudanças importantes nas relações e na economia. A tecnologia ainda se desenvolverá de tal maneira que sequer podemos imaginar.
É preciso estar preparado para tomar as decisões certas, tanto nos investimentos quanto na vida. Pense nisso!