O Dólar segue sua tendência de queda perante o Iene, após os recentes acontecimentos geopolíticos na Síria, nos últimos dias, que culminou com um ataque militar dos EUA frente às forças do ditador Bassar AL-Assad. Segundo levantamentos estatísticos, aproximadamente 20% do poder aéreo militar sírio foi destruído. O principal alvo foi a base aérea de onde partiram os supostos ataques com armas químicas, que mataram mais de 80 pessoas no norte do país.
Trump tem sido motivo de muitas críticas nos últimos meses e durante a corrida eleitoral à Casa Branca, mas em seu discurso que justificou os ataques na Síria, houve quase que total aprovação da comunidade internacional, hajam vistas as atrocidades cometidas com o uso do gás letal “sarin”, proibido há décadas. Devemos lembrar também, as reuniões de emergência da ONU realizadas em Nova York, na semana passada, para debater o caso e quais atitudes seriam tomadas. Como era de se esperar, os EUA tomou a frente e agiu como principal potência global.
O grande fato é que o Iene costuma ser um porto-seguro para Mercados instáveis, devido ao equilíbrio da economia japonesa. Costuma funcionar de forma parecida ao Franco, quando os investidores buscam ativos mais “seguros”. Após a disparada dos preços da casa dos 101.500, até formar a máxima de 2016 em 118.750, tivemos correções até os 115.500, 111.500 e 110.000. Todos níveis importantes de suporte no semanal, associados aos níveis da retração de Fibonacci.
Se o cenário geopolítico do Oriente Médio continuar, a ponto de estimular ainda mais quedas no USDJPY, poderemos ter os preços testando o próximo importante nível de suporte em 107.500. Acima dos 112.250, poderemos ter mais altas, até a resistência em 115.500.
Para quem gosta da teoria da conspiração, há quem avalia que toda essa tensão vivida na Síria, com os apoios do Irã e da Rússia para seu ditador e as constantes ameaças de contra ataque aos EUA, podem não passar de fachada para gerar uma instabilidade na região e contribuir para o aumento dos preços do petróleo, que despencaram desde as sanções impostas à Rússia em 2014, como represália aos ataques na fronteira com a Ucrânia. Nunca mais os preços voltaram aos patamares anteriores, próximos aos U$ 100,00 o barril e, tanto pela lei de oferta e demanda, como pelas “frustradas” reuniões da OPEP em reestabelecer um equilíbrio de Mercado, Irã e Rússia seguem com grandes prejuízos em suas balanças comerciais. Não se esqueça de que, recentemente, o Irã se livrou das sanções econômicas impostas pelos EUA, que já duravam décadas.
Se esta abordagem tiver um pouco de fundamento, pode nos levar a duas conclusões: seria irracional 2 grandes potências, como EUA e Rússia entrarem em Guerra, podendo desencadear uma catástrofe global, devido a um conflito local, dentro de um próprio país e segundo, até que ponto vai o capitalismo, de ser capaz de “brincar” com a vida de tantas pessoas por interesses comerciais? São fatos que podem nos levar a pensar fora da caixa e não acreditar apenas no que nos chega através das mídias de massas. Seguiremos acompanhando o Mercado, que em teoria, no longo prazo, pode subir, baseando-se no cenário fundamental dos Estados Unidos, com diminuição do número de desempregados, rumo às metas de inflação e aumentos das Taxas de Juros.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)