Depois de meses de declínio, o dólar está novamente ganhando força sobre as outras principais moedas, numa reversão impulsionada pela relativa saúde econômica dos Estados Unidos, que revigorou o papel da moeda americana como centro do sistema financeiro mundial.
O Índice Dólar do The Wall Street Journal, uma medida da cotação do dólar em relação às sete moedas mais negociadas do mundo, subiu quase 5% este ano, atingindo na segunda-feira seu nível mais alto desde julho de 2010. O índice subiu 0,3% na quarta-feira, quando foi divulgado que as vendas no varejo nos EUA em fevereiro cresceram quase o dobro do que os economistas haviam previsto, mas anulou o ganho ontem.
Os economistas dizem que o dólar ainda não se valorizou a ponto de representar uma séria ameaça à recuperação da economia americana. Mas a moeda mais forte está começando a afetar os resultados financeiros das empresas, já que os lucros fora dos EUA passam a valer menos na contabilidade depois de convertidos em dólar. Os turistas americanos estão vendo seu dinheiro durar mais nas viagens ao exterior, enquanto a libra e o iene em queda livre podem diminuir o número de visitantes britânicos e japoneses nos destinos turísticos dos EUA.
Analistas, investidores e especialistas dizem que a ascensão do dólar reflete a mesma visão otimista da economia americana que está levando a Média Industrial Dow Jones a bater recordes de alta. Um dos melhores dias para o dólar este ano foi a última sexta-feira, quando dados do mercado de trabalho mostraram que a taxa de desemprego caiu para 7,7% em fevereiro, a menor em quatro anos.
Os maiores parceiros comerciais dos EUA não parecem tão saudáveis, um fator que vem influenciando o dólar tanto quanto os dados promissores da economia americana. O Fundo Monetário Internacional estima que a economia dos EUA vai crescer 2% este ano, comparado com 1,2% no Japão e 1% no Reino Unido. A zona do euro terá uma contração de 0,2%, prevê o FMI.