Na última segunda-feira (7), o Banco Central do Brasil anunciou o nome oficial do Real Digital, o Drex. Ainda que a ideia seja inovadora e coloque a nossa autoridade monetária entre as mais disruptivas do mundo, com criações que vão além do PIX e do Open Finance, o nome escolhido, na minha opinião, foi uma péssima escolha.
Segundo o BC, o “D” representa o termo digital, o “R”, real, “E”, de eletrônica e “X”, com o objetivo de passar uma ideia de algo moderno.
Talvez tenha sido este o problema. Nem de longe, o nome parece uma ferramenta brasileira.
Brincadeiras à parte, ainda que eu não tenha gostado do título escolhido, existem algumas curiosidades sobre o assunto sobre as quais vale a pena algumas explicações.
Uma das grandes curiosidades está na finalidade da nova moeda. De forma resumida, a ferramenta faz parte de um plano elaborado pelo Banco Central que tem como objetivo digitalizar a economia e tornar os processos financeiros mais seguros e eficientes.
O PIX e o Open Finance, como eu disse mais acima, fazem parte desta ideia da nossa autoridade monetária que tem sido bem recebida por agentes de mercado por dar mais dinâmica para a economia.
Além disso, especialmente em um primeiro momento, a ferramenta será utilizada como um mecanismo de liquidez quase imediata das transações uma vez que ela transformará títulos públicos em tokens.
Neste ponto, também é importante dizer que o DREX não foi criado com o objetivo de substituir o real, que continuará existindo e funcionará normalmente.
Um dos grandes pontos, no entanto, está na facilidade oferecida nas transações. Por meio da nova moeda, o governo poderá, por exemplo, transferir dinheiro para os cidadãos sem a necessidade de um intermediário para efetivar a operação, o que, quando levado a todo o mercado, poderá reduzir custos com taxas e outros custos uma vez que tornará o processo totalmente automatizado (com contratos eletrônicos).
Por outro lado, os créditos tributários previstos pela Reforma também poderão, eventualmente, ser aproveitados via “real tokenizado”. Em outras palavras, as empresas que estão com valores a receber do governo terão a possibilidade de receber via DREX.
A data de lançamento ainda não está certa, mas deve ocorrer em algum momento entre 2024 e 2025. Os clientes poderão fazer operações com a moeda, mas não terão acesso direto a ela, como acontece com o real.
Além disso, quem quiser comprar o token encontrará uma relação de preço de um para um, ou seja, um DREX é igual a R$1.
Se a iniciativa dará certo ou não, é difícil saber. Por enquanto, os anúncios feitos em torno da nova moeda estão voltados para grandes lotes de liquidação financeira, como no caso das negociações envolvendo os títulos públicos.
É esperar para ver.
Do lado do investidor, ainda não há muito o que fazer. Provavelmente surgirão possibilidades de investimentos com o token. Portanto, a palavra de ordem agora é: estudo e paciência.
Até a próxima e bons negócios!