A semana começou com um tuíte de Trump ameaçando acelerar o aumento de tarifa sobre os produtos chineses. Por consequência, a queda no mercado asiático mostrou, mais uma vez, que o presidente americano venceu a ditadura chinesa economicamente. Donald Trump simplesmente montou na China.
Resumo: Ibovespa 94.257 pontos, -1,82%. Dólar R$3,95, +0,49%.
Nas últimas semanas vínhamos dando maior ênfase nas questões domésticas, mas sempre de olho nos números vindos do exterior. Contudo, Donald Trump, no domingo, resolveu pegar o celular, abrir o aplicativo do Twitter e escrever.
Guerra comercial volta à tona
O que tínhamos até então era um mercado calmo, com viés otimista. Estados Unidos e China vinham conversando sobre um acordo comercial desde o início do ano. Parecia que nada poderia abalar o sossego do investidor.
Até que o presidente dos EUA resolve mostrar a sua insatisfação com a demora do acordo comercial e afirmou que iria subir os impostos de US$ 200 bilhões em produtos chineses. A bolsa chinesa despencou. O alarme de incêndio tocou. Mas por que tanta preocupação?
O motivo está na economia chinesa. Seus números são cada vez piores. O governo lança estímulos e mais estímulos para conseguir manter a meta de crescimento. Para exemplificar, o superávit comercial chinês em abril foi de US$13,84 bilhões e o esperado era de US$35 bilhões. Mais de 50% de diferença. Além disso, houve uma aceleração na inflação e os preços dos alimentos subiram 6,1%. Nós brasileiros sabemos que quando os preços dos alimentos aceleram, coisa boa não vem pela frente.
A relação EUA-China
Em março o déficit comercial entre Estados Unidos e China foi o menor dos últimos cinco anos. As importações feitos pelos americanos proveniente dos chineses caíram 6,1%.
Se somarmos estes fatos com os dados da economia dos EUA, podemos afirmar: Donald Trump montou na China! Ela terá que ceder nas negociações para não ver sua economia sofrer mais ainda.
Ademais, como já foi dito por aqui várias vezes, o poder estabelecido na mídia e em órgãos internacionais é basicamente anti-Trump. A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde veio a público fazer uma crítica velada ao presidente americano dizendo que os “boatos e tuites” atrapalham o acordo comercial.
Como não pegamos a fala original dela, pode ser que os jornalistas transformaram parte do discurso em uma crítica velada a Trump. Contudo, o mais importante é destacar que toda a mídia esconde o verdadeiro motivo da disputa comercial que vai muito além de dinheiro. Sem levar isso em consideração qualquer comentário feito a respeita do acordo é inócuo.
Vale destacar, que o governo chinês censurou o tuíte de Donald Trump e estima-se que 80% investidores não sabiam o porquê da queda de 5% no mercado na segunda. O Partido Comunista mantém a rédia curta na imprensa e na internet e é desta maneira que isto pode afetar o mercado.
Santos Cruz: Um Brasil para chamar de China
Essa ideia de regular as redes sociais é um desejo do Ministro Santos Cruz. Esta declaração foi polêmica na semana por aqui. Os apoiadores de Bolsonaro pediram a demissão do ministro e a pressão aumentou depois que ele colocou um de seus indicados na APEX para demitir uma diretora que, depois, provou que ele fez pressão para manter contratos com sindicatos ligados à esquerda. A verba seria para a elite esquerdista ir para o Festival de Cannes na França protestar contra Bolsonaro, assim como, protestaram contra o golpe em Dilma.
Alimentando a imprensa com estas notas de crítica aos que apoiam Bolsonaro e impedindo a despetização do governo, o ministro só causa mais turbulência no país. Pois, a imprensa noticia a “crise no governo”. Por sua vez, os políticos criticam o governo e ameaçam dificultar a aprovação da reforma da previdência e as incertezas geradas criam a volatilidade que temos visto nos últimos meses.
Por hora, acreditamos que Trump montou na China e tem o controle da situação. Enquanto, por aqui, a volatilidade reinará, mas a reforma passa, isto quer dizer que podemos ir comprando nos momentos de baixa.