Após feriado nos EUA segunda-feira, quando aqui o dólar à vista subiu 0,42% fechando em R$ 5,5384, e feriado nacional ontem, hoje mercado deve seguir atento a notícias referentes ao risco de travamento orçamentário nos EUA e de novos indicadores que mostrem a inflação global em elevação.
Os investidores demonstram comportamento de maior proteção e aversão a risco. E preocupação com o crescimento da economia brasileira em meio a tantos ruídos e revisões de PIB para baixo.
Acompanhamos também o banco central dos EUA e os próximos passos referentes a apertar a política monetária à medida que a inflação não dá sinais de abatimento. Mercado já considera mesmo que o início da retirada de estímulos seja anunciado no mês que vem.
Os receios são intensificados por um imparável rali nos preços do petróleo e pela crise hídrica.
O clima de cautela externa se soma a um ambiente doméstico já ruidoso, o que acaba sustentando os prêmios de risco que fizeram o dólar cruzar a linha dos 5,50 reais e se manter acima dela. É claro que acontecem momentos de realização, mas nem sempre o dólar caindo lá fora significa queda aqui. A nossa política tem influenciado muito no câmbio.
Por aqui, segue o problema da articulação pela taxação dos dividendos e a PEC dos Precatórios para conseguir verba para o Bolsa Família.
O mercado vê que na ânsia de conter a inflação no ano que vem, o BC vem atuando no câmbio ao invés de elevar mais a taxa Selic, numa tentativa de não conter tanto o consumo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, passará esta semana nos Estados Unidos, onde participará da Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, além de encontros de ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais do G20.
Será que o dólar à R$5,50 já é o “novo normal”?
Se aprovações das reformas não acontecerem e medidas para conter a alta de preços do petróleo tampouco, bem capaz sim da moeda americana continuar testando novos patamares, afinal com o tapering próximo e a eleição adiantando atitudes populistas, esse parece ser o “novo normal”.