Ontem, o dia foi de pânico no mercado de câmbio. Cenários complicados tanto no fiscal brasileiro quanto no exterior devido a inflação super alta fizeram a moeda americana saltar.
Após o Banco Mundial falar em redução de crescimento global para 2,9% e alertar para risco de estagflação, o dólar rompeu barreiras importantes e operou boa parte da manhã cotado acima de 4,90.
Uma das causas da alta foi também a reação as falas políticas de que poderiam zerar o imposto sobre combustíveis, o que foi avaliado por investidores como descumprimento com o quadro fiscal.
A medida deve colaborar para um arrefecimento da inflação ao consumidor, o que, em teoria, tende a aumentar a renda real da população e, consequentemente, gerar um efeito positivo sobre a atividade e a arrecadação de impostos. No entanto, como a medida pode elevar a percepção do risco fiscal do país por parte dos participantes do mercado, o resultado poderá ser desvalorização cambial e aumento da pressão inflacionária, diminuindo ou até mesmo anulando os efeitos da diminuição de impostos.
No exterior, com os dirigentes do Federal Reserve em período de silêncio, a uma semana da decisão de política monetária, o foco no mercado se volta para as sinalizações da reunião do Banco Central Europeu nesta quinta-feira (amanhã) e para o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos.
O cenário atual é de maior cautela antes de dados de inflação dos Estados Unidos e em meio a receios de que um aperto monetário muito agressivo nos países desenvolvidos leve a saídas de capital de ativos arriscados, como moedas de países emergentes.
Mercado deve continuar volátil e respondendo rapidamente a “agitos” políticos em período pré-eleição.
Ontem, na máxima, o mercado chegou a bater R$ 4,9354 e acabou o dia cotado a R$ 4,8741, com alta de 1,63%.
Muita calma para tomar atitudes neste cenário tão turbulento.