Bom dia, pessoal do câmbio!!! A pergunta que não quer calar: de onde sairá a grana para bancar os 70% de gastos pelo arcabouço fiscal? Até a agência Fitch está com esta dúvida. "A eficácia da nova regra dependerá de reformas fiscais separadas, cujas perspectivas permanecem incertas, e é improvável que resulte em estabilização da relação Dívida/PIB sob as premissas básicas da Fitch", disse a agência em relatório.
O dólar à vista fechou o dia ontem cotado a R$ 5,0403 para venda. Houve um certo fluxo de entrada da moeda norte-americana, com exportadores aproveitando as cotações mais elevadas para internalizar recursos. Sem agenda por aqui, e com dados fracos da economia americana, a moeda caiu perante as dívidas de países exportadores de commodities. O mercado vai acompanhar de perto os dados da economia americana para ter uma ideia de para onde irão os juros do Fed na semana que vem. Semana passada os dirigentes disseram que há espaço para mais uma alta de 0,25 pp, mas a depender de como vierem os números nesta semana tudo pode acontecer.
Por aqui, hoje, Campos Neto participará da sabatina no Congresso, explicando a nossa Selic em 13,75%. E o presidente Lula segue criticando os níveis atuais de juros. A nova (ou a mesma) Selic será divulgada na quarta-feira da semana que vem, após o fechamento do mercado aqui.
No Brasil, devemos observar o IPCA-15, amanhã, já que o Banco Central só deve sinalizar um potencial corte de juros após dados de preços continuamente mais fracos. Também segue a expectativa pela tramitação do arcabouço fiscal no Congresso. O mercado está esperando que o Congresso fale em uma maior punição caso a regra não seja cumprida. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a proposta de não punir autoridades que descumprirem as metas estabelecidas no novo arcabouço fiscal. Surreal tudo isso! Se é para não cumprir então para que isso?
Para hoje, vamos ver como Campos Neto se sai no Congresso. Creio que ele é técnico, tem base e sabe que é o Banco Central autônomo quem decide taxa de juros. Deve se sair bem. Aqui no Brasil, na agenda veremos a Confiança do Consumidor de abril medida pela FGV e as Vendas do Varejo de fevereiro. Nos EUA, as Venda de Casas Novas de março e a Confiança do Consumidor de abril.
Bons negócios a todos e vamos calibrando nossas apostas nos juros aqui e nos EUA. Por enquanto, com os dados que temos, acredito em manutenção aqui e alta de 0,25 pp nos EUA.
Que venha lucro, galera!