O fortalecimento do dólar no Brasil e no mundo, não por acaso, coincidiu com a perda de vigor das bolsas de valores norte-americanas. A instabilidade no humor de investidores segue bastante ligada às expectativas para a política monetária dos países centrais. O banco central da Zona do Euro deve sinalizar na próxima quinta-feira alta de juros (um pouco atrasado, na minha visão), o que pode endossar o caminho traçado atualmente pelo BC dos EUA, que tem a tarefa de aumentar os juros sem gerar recessão.
O risco de um aperto mais forte nas condições financeiras sobretudo nos EUA tem limitado as avaliações benignas sobre o real, apesar de o Brasil hoje oferecer a maior taxa real de juros entre as principais economias.
Creio que as demonstrações mais duras do Fed e a aproximação das eleições, além dos riscos fiscais domésticos acabarão pesando sobre o real e outros ativos locais daqui para frente. Por outro lado, os juros elevados do Brasil proporcionam um maior diferencial de rendimento a favor da taxa de câmbio, o que, somado ao ciclo "favorável" de commodities, continua a prover suporte a um fortalecimento da moeda brasileira frente ao dólar. Ou, pelo menos, não sofrer tanto quanto outros países emergentes.
Na verdade, é como uma corda sendo puxada para duas direções diferentes e, nós tentando mensurar o que é mais forte. O que sabemos é que, quando saem notícias ou dados relevantes, o mercado reage, e é a isso que precisamos nos antecipar.
Bons negócios a todos!