Ontem o dólar fechou no menor patamar em dois meses, a R$ 5,4673, com o real liderando os ganhos entre as principais moedas globais em meio a um rali nas commodities, correção para baixo do Índice Dólar no mundo e algum alívio em receios políticos e fiscais domésticos.
Em dia de forte descompressão no câmbio, as taxas de juros projetadas em contratos futuros negociados na bolsa brasileira despencaram, com os vencimentos mais longos em queda de cerca de 20 pontos-base, o que derrubou a inclinação da curva, vista como uma medida de percepção de risco.
Também vimos queda das taxas dos títulos do Tesouro dos EUA, na esteira da ideia de que o Federal Reserve (Fed) poderá subir menos os juros do que o projetado. Então, ontem o mercado se mostrou mais vendedor de dólar.
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Não vou dizer que as falas do ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) fizeram alguma coisa no mercado. Os outros analistas que me desculpem, mas ainda nem firmada a chapa dele está, e em campanha o pessoal fala de tudo. Óbvio que tem que se comprometer com a responsabilidade fiscal, uma vez que o governo atual está com dificuldades fiscais. Mas acima estão os reais motivos da queda ontem, muita demanda de venda e perspectiva de que os aumentos de juros do Fed sejam menores do que o projetado, além de maior apetite a risco com as taxas de juros aqui atrativas.
Precisamos tomar cuidado com comparações entre dados do mercado financeiro atual e do passado, pois estamos vivendo ainda a pandemia do coronavírus.
Tema para ficar atento amanhã é o Orçamento de 2022 aprovado pelo Congresso, que está com uma insuficiência de recursos e demanda um veto de até 9 bilhões de reais. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até amanhã para decidir sobre a sanção do texto.
Agenda de hoje: publicação das atas da reunião de política monetária na Europa e pedidos por seguro-desemprego nos EUA.
Bons negócios a todos!