Ontem, o dia foi de super aversão a risco. A subida de juros pelos bancos centrais mundo a fora fizeram o dólar disparar. A moeda norte americana fechou o dia cotada a R$ 5,3793, mas chegou a operar a R$ 5,4180 na máxima do dia, superando a barreira psicológica de R$5,40 várias vezes.
Na semana passada, o Federal Reserve, banco central dos EUA, subiu sua taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida e projetou uma trajetória de aperto monetário mais agressiva do que o inicialmente esperado pelos mercados. Essa reação já poderia ter sido vista desde a quarta feira passada. Para mim, é uma reação até tardia.
O Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra também têm se mostrado determinados a elevar os custos dos empréstimos de forma a conter a alta dos preços, mesmo que isso ameace levar suas respectivas economias à recessão.
Em um cenário como este, acontece uma corrida por segurança, ou seja, todo o mundo compra o dólar e a moeda sobe de preço.
Nossa taxa de juros em 13,75% ainda está bastante atrativa. Acontece que a proximidade das eleições acrescentou um tempero extra no cenário de cautela.
Taxas de juros crescentes nos EUA, uma economia norte-americana comparativamente forte e a demanda por proteção contra oscilações selvagens nos preços dos ativos atraíram investidores para o dólar.
O perigo de tudo isso é que as negociações com o dólar se tornaram excessivamente exorbitantes, aumentando o risco de uma queda acentuada se a sorte da moeda mudar e investidores tentarem sair de suas posições de uma só vez. Aqui, no Brasil, já estamos acostumados a ver esse tipo de movimento. Embora isso possa ocorrer, os fundamentos ainda são para dólar alto. A crise de energia na Europa continua, a China e sua política de Covid zero, e as altas taxas de juros nos EUA, além de possível recessão na Europa e EUA.
Calendário para hoje teremos aqui a Ata do Copom e IPCA-15. Nos EUA a confiança do consumidor e venda de casas novas, além do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed e na Europa o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.
Importante acompanhar esses discursos para tentar saber como os bancos centrais atuarão para conter a inflação e aqui importante ver a ata e o que dizem sobre o futuro dos juros, afinal essa decisão de manter os juros aqui a 13,75% não foi unânime.
Bons negócios para todos e força real!