Parece que sim. Até quando, dependerá da calmaria política e da vacinação. Apesar de ontem mercado ter operado na volatilidade.
Na alta reagindo aos dados de inflação nos EUA, que veio acima do esperado, puxando o dólar para a máxima de R$ 5,2218 no período da manhã. A inflação americana medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 0,9% em junho, acima do consenso de 0,5% e da leitura anterior de 0,6%. Na base anual, o indicador acumulou alta de 5,4%, acima das expectativas de 4,9% e da leitura de maio de 5%.
O dado servirá de parâmetro para as discussões sobre o rumo da política monetária do Federal Reserve (Banco Central dos EUA). A partir dos dados americanos, analistas e investidores poderão ajustar suas estimativas sobre quando o BC dos EUA passará a retirar os estímulos monetários.
Na baixa, reagindo ao adiamento da reforma tributária que dá fôlego e esperança para investidores em derrubar os 20% de taxação de lucros e dividendos. Ontem, o relator do projeto de reforma do Imposto de Renda na Câmara, Celso Sabino (PSDB-PA), apresentou seu parecer em reunião com líderes onde ele estuda reduzir em R$ 50 bilhões a carga tributária sobre a renda do capital produtivo e dos trabalhadores. Segundo ele, o parecer da proposta de reforma do Imposto de Renda vai manter desoneração dos fundos imobiliários, que vão seguir com dividendos isentos, mas apesar dos esforços de governistas, a primeira etapa da reforma tributária do ministro Paulo Guedes (Economia) foi adiada para agosto, depois do recesso do Congresso. Com isso, o dólar chegou à mínima de R$ 5,1486.
Dados de ontem tivemos o volume de serviços brasileiro, que permaneceu em trajetória de crescimento na metade do segundo trimestre e dá sinais de aquecimento com alta recorde para o mês de maio, ficando 0,2% acima do patamar pré-pandemia.
Fora as tensões políticas, o país conseguiu equilíbrio fiscal e tem reservas cambiais suficientes para ser credor líquido em moeda estrangeira. Além disso, a taxa Selic com perspectivas de altas também aprecia o real. Também teremos inúmeros IPOs e com isso existe boa expectativa de que haverá redirecionamento de capitais especulativos estrangeiros, através da montagem de operações de “carry trade”, para o país.
Para acalmar o câmbio ontem também, a presidente do Federal Reserve de San Francisco, Mary Daly, disse nesta terça-feira que um salto da inflação norte-americana é esperado, observando que as maiores alterações seriam nos preços de bens e serviços, impulsionados pelo aumento na demanda pós-pandemia e gargalos na oferta, mas provavelmente diminuirão nos próximos meses. "Vários meses disso não significa que não seja algo transitório", disse Daly à CNBC em uma entrevista, acrescentando que tem apostas de alta em relação ao crescimento durante o outono (no Hemisfério Norte) e que esse é o momento certo para começar a falar sobre a redução das compras de títulos do Fed. Para o real isso é ótimo, afinal ela disse que é prematuro começar a falar sobre alta de juros nos EUA.
Os ministros das Finanças da União Europeia (UE) aprovaram formalmente, em Bruxelas, o plano de recuperação econômica pós pandemia. No total, a assistência financeira da UE proveniente do Mecanismo de Recuperação e Resiliência têm um orçamento de 672,5 bilhões de euros.
Eles destacaram que a atividade melhorou nos últimos meses, em meio ao relaxamento das restrições à mobilidade impostas por conta do covid-19, embora "as incertezas permaneçam elevadas.
Calendário de hoje na zona do euro produção industrial maio e anual, por aqui IBC-BR (índice de atividade econômica do banco central), confiança do consumidor de julho e fluxo cambial estrangeiro. Nos EUA, o livro Bege com as projeções para a próxima reunião do Federal Reserve. O livro é apresentado duas semanas antes de cada reunião do FOMC. Este relatório é utilizado pelo FOMC em sua decisão sobre as taxas de juro de curto prazo.
E vamos acompanhando as recuperações das economias, as tensões políticas, a CPI e os movimentos do Fed.