As decisões de política monetária no Brasil e nos EUA ocorrem na próxima quarta-feira (15). Quanto ao aumento de juros na maior economia do mundo, conseguiremos ver a reação do mercado ainda na quarta (expectativa era 0,5 ponto, mas pode até ser 0,75). Já o aumento da Selic sai depois que o mercado já estiver fechado e na quinta será feriado bancário no Brasil, mesmo em municípios que anteciparam a data. A reação mesmo quanto ao ritmo do aumento da Selic no mercado local será na sexta. Expectativa é que suba 0,5 ponto para atingir 13,25%.
O tombo da confiança do consumidor nos EUA, que caiu de 58,4 em maio a 50,2 na preliminar de junho (expectativa era de 58,5) ao menor nível histórico, detonou uma onda de fuga das Bolsas e corrida global ao dólar. O CPI (Índice de Preços ao Consumidor) acelerou de 8,3% em abril para 8,6% em maio, superando as projeções (8,3%) e atingindo o maior nível desde dezembro de 1981. Na sexta passada, a barreira psicológica dos R$ 5,00 foi rompida pelo dólar e chegou até a bater R$ 5,0121. Mas no final a moeda americana fechou a semana cotada a R$ 4,9886 para venda. O dólar também subiu em bloco frente a divisas emergentes e de exportadores de commodities. O DXY saltou do patamar de 103,000 pontos para operar acima dos 104,000 pontos, atingindo máxima aos 104,230 pontos.
O fato é que inflação americana está disseminada e com padrões típicos de países emergentes, fruto da conjunção de dois choques seguidos de oferta (pandemia e guerra na Ucrânia) e de estímulos monetários gigantescos. Para trazer a inflação de volta, o Fed vai ter que ser mais agressivo e provocar uma desaceleração da economia americana. Mas, tradicionalmente, eles são mais conservadores e, portanto, podem novamente aumentar menos do que o necessário. Vamos acompanhar. Porém até lá, a volatilidade no câmbio será garantida.
O que vemos é o dólar cada vez mais forte no mundo, uma vez que o euro sofre com a fraqueza da economia europeia. E ainda temos que o mercado ainda não está precificando a questão eleitoral. Cenário de dólar para cima tem bem mais chances do que a força do real.
Por outro lado, uma Selic mais agressiva traria o carry trade novamente para a cena, ainda que um fluxo oportunista de capital. Além disso o Brasil mostra fôlego maior que o esperado e a inflação dá sinais de arrefecimento, poucos, mas ainda assim parece que saímos na frente. O que prejudicou muito o real na última semana foi esse problema fiscal, com a questão do pacote para segurar os preços de combustíveis. E essa votação está prevista para hoje. Olho nisso, mercado!!!
Ótima semana para todos e vamos ver no final da semana para quanto o dólar irá. Até sexta muita água vai rolar…