Bom dia e boa semana, mercado do câmbio! O câmbio fechou a semana passada com o dólar à vista cotado a R$ 5,0131 para venda. Falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitindo que deverá haver déficit primário em 2024, em contradição com as do Ministro da Fazenda e do previsto pelo arcabouço fiscal, levaram a uma queda do real e uma deterioração do apetite ao risco.
Essas falas foram o mesmo que dizer que vão gastar e que o arcabouço não vale para nada. Para mim não é novidade nenhuma, mas o mercado azedou. Estávamos vindo com o câmbio direcionado pelo exterior e pelos treasuries, mas daí a coisa mudou!
Não é novidade para ninguém que teremos nesta semana a “Super-Quarta”, data na qual durante o pregão saberemos a decisão de política monetária dos EUA e acompanharemos de perto o discurso de Jerome Powell, chair do Fed, na intenção de saber os próximos passos da taxa de juros norte-americana, e após o fechamento dos negócios sairá a nova Selic por aqui. A grande maioria dos economistas do mercado acredita em manutenção dos juros atuais nos EUA, que o Fed mantenha o intervalo alvo para a taxa dos fundos federais em 5,25-5,5% e corte de 0,5 pp na taxa de juros daqui, com a Selic indo para 12,25% ao ano. Com isso haverá uma diminuição do carry trade (diferencial de juros entre os EUA e o Brasil). Mas se isso ocorrer já está dentro das expectativas. Basta ver se está precificado na cotação do dólar ou não.
Para nós do câmbio será importante o movimento de hoje, pois a volatilidade será grande, afinal amanhã é dia de Ptax de fechamento de mês! Ou seja, veremos, como costumeiramente ocorre nos dois últimos dias do mês, a “briga” entre comprados e vendidos, cada qual tentando puxar a cotação do dólar para onde há interesse.
No exterior segue a guerra no Oriente Médio, inclusive escalando.
No calendário econômico de hoje no Brasil teremos dados do IGP-M de outubro, superávit orçamentário de setembro, evolução do emprego do Caged setembro e Boletim Focus. Na Europa, a confiança das empresas e do consumidor de outubro é discurso de membros do BCE.
Bons negócios e muito lucro a todos.