E o dólar devolveu um pouco a sequência de altas e realizou posições nesta segunda feira. Desbancou o patamar de R$ 5,20, mas ainda em um cenário de incertezas políticas e aversão ao risco.
Ontem, saiu o Boletim Focus com os seguintes dados apurados pelo Banco Central nas pesquisas feitas com instituições financeiras no decorrer da semana anterior: a expectativa para o PIB de 2021 subiu de 5,18% para 5,26%. Para 2022, a estimativa saiu de 2,10% para 2,09%. Para 2023 e 2024, as projeções ficaram em 2,50%.
O IPCA, que é considerado a inflação oficial do país, sofreu um aumento de 6,07% para 6,11% nas projeções para o fim de 2021. Para 2022, a previsão para o IPCA saiu de 3,77% para 3,75%. Para 2023, as estimativas ficaram em 3,25%. Para 2024, as projeções caíram de 3,25% para 3,16%.
Para a Selic, a previsão também foi elevada, de 6,50% para 6,63% para o final do ano e de 6,75% para 7% para final de 2022. No ano seguinte, a projeção foi mantida em 6,50% e também ficou em 6,50% para 2024.
Para a taxa de câmbio, a estimativa saiu de R$5,04 para R$5,05 em 2021. Para 2022, o valor ficou em R$ 5,20. Para 2023, a projeção caiu de R$5,05 para R$5,00. No ano seguinte, o valor também ficou em R$ 5,00. Acho extremamente fantasioso cenário de câmbio para tão longo prazo. É pedir para errar.
Pela FGV, tivemos a divulgação ontem de IPC que subiu 0,86% na primeira quadrissemana de julho, acelerando frente ao ganho de 0,81% observado no fechamento de junho
Na política, a tensão se mantém com os embates entre Congresso e Supremo. Para piorar o “climão”, temos a tal gravação da conversa dos irmãos Miranda da conversa que tiveram com o presidente sobre as irregularidades na compra da vacina Covaxin. Na conturbada cena política, ainda existe o dossiê do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde implicando os militares em irregularidades na compra da vacina.
Quanto à indigesta reforma tributária, a taxação de dividendos de holdings deve cair. A possibilidade de acumulação de créditos tributários e a bitributação são as criticas feitas por especialistas.
A arrecadação de ICMS cresceu na ordem de R$ 45,1 bilhões ante 2019, influenciada pelo boom das commodities e a alta de preços. O alívio nas contas deve ser usado para elevar gastos visando à eleição.
Hoje, haverá votação do relatório final do projeto que trata a LDO no Congresso, afinal esta é a ultima semana antes do recesso de 18 a 31 de julho.
Na China, foi anunciado o corte de meio ponto percentual no compulsório para os bancos no país para ajudar a impulsionar a economia na pós-pandemia. Esse corte vem no intuito de injetar liquidez no sistema. Isso demonstra que a melhora da economia por lá não é tão firme assim.
Federal Reserve (Fed) manterá a compra de ativos até que se atinja o pleno emprego e a meta da inflação por lá. Pelo menos é o que veio no relatório deles que será apresentado ao Congresso no decorrer desta semana. Assim que sinalizarem antecipação para alta de juros lá, o dólar sobe. O anúncio do tapering será um catalisador para a recuperação sustentada do dólar no segundo semestre. Devido também ao enfraquecimento das emergentes com a alta dos juros dos treasuries. O real é uma das moedas mais sensíveis.
As perspectivas eram de que, com a Selic em alta e as próximas altas nas taxas de juros por aqui, trouxesse um maior fluxo de capital para o Brasil, mas o ambiente incerto na política está retardando a ação dos investidores estrangeiros.
Quanto às vacinas, a Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34) pedirá autorização para aplicação de 3ª dose nos EUA para aumentar imunidade contra novas cepas.
Para hoje de calendário apenas o IPC da Alemanha, reunião de ministros das finanças da zona do euro, nos EUA o IPC e aqui o crescimento do setor de serviços de maio e anual. Na madrugada de hoje para amanhã sairá à produção industrial do Japão de maio.
Atenção do investidor de câmbio deve estar nos discursos de membros do Fed para ver se há sinal se retirada de estímulos da economia americana, na reforma tributária, e na variante delta e possíveis complicações na abertura das economias. É claro que as tensões políticas impactam também, mas por ser Brasil, isso já é mais rotina do que surpresa.