O real é uma das moedas com a maior sensibilidade à China. As atividades de varejo e indústria no país caíram acentuadamente em abril, com os extensos bloqueios contra a Covid confinando trabalhadores e consumidores em suas casas. Dados fracos por lá, que é um voraz consumidor de commodities e maior destino das exportações brasileiras, são vistos como sinal de menor dinamismo econômico em todo o mundo, o que eleva os já presentes riscos de recessão global, ou mesmo estagflação cenário em que o dólar se fortalece.
O cenário com o Fed 'hawkish' (duro na política monetária) e menor crescimento econômico mundial, inflação alta e riscos fiscais por aqui, dão força ao dólar.
Mas por outro lado, temos o Banco Central agindo no Brasil e ele deve continuar a elevar os juros, deixando a taxa em 13,75% (está em 12,75%), o que deve oferecer "algum suporte" ao real.
Ontem, o dólar à vista caiu 0,14% e fechou o dia cotado a R$ 5,0507 para venda. Ainda ontem, li uma análise que falava no dólar operando entre R$ 5,03 e R$ 5,30. Fala sério!!! Isso é um intervalo? Isso da 5,37% de diferença. Para fazer essa projeção, é melhor não projetar nada!
O câmbio segue volátil como tenho dito aqui, a máxima recente (12 de maio) foi R$ 5,2110 e a mínima recente (ontem) foi 5,0314 reais (-0,52%).
E hoje seguimos acompanhando dados de inflação aqui ( IGP-10) e nos EUA as vendas do varejo, produção industrial e discursos de membros do FOMC e do próprio Powell, na Europa a fala de Christine Lagarde, presidente do BCE.
Boa sorte, mercado!