Hoje, é dia de decisão da taxa de juros da zona do euro. E atenções para a declaração de política monetária do BCE na sequência, na qual veremos os próximos passos.
Conforme esperado pelo mercado de câmbio, ontem, o Fed aumentou os juros em 0,25 pp. Agora, o intervalo da taxa dos fed funds subiu de 4,25%-4,5% para 4,5%-4,75%. A decisão foi unânime. O importante foi o comunicado. O comunicado não sugere nenhuma intenção do Fed de interromper em breve o ciclo de aperto. A declaração também sugeriu que os aumentos futuros serão de 25 bps (não mais aumentos de 50). As autoridades parecem estar ignorando as impressões recentes da inflação ao consumidor, que sugerem melhorias significativas nas pressões inflacionárias. Esse não foi o último aumento de juros do Fed, que deixa em aberto que vão continuar subindo. Porém, sem decidir quantas altas adicionais vão realizar, que serão discutidas futuramente.
Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0633, antes de sair a taxa Selic. A qual veio também em linha com as expectativas do mercado em 13,75%, ou seja, mantida. Quanto maior o diferencial entre os custos dos empréstimos domésticos e internacionais, mais atraente fica o real para uso em estratégias de "carry trade", que consistem na contratação de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em praça mais rentável. Desta forma, a manutenção da Selic no nível elevado atual e um arrefecimento do aperto monetário do Fed tendem a jogar a favor da divisa brasileira.
O real se beneficiou bastante também por falta de novidades negativas por parte da política.
Agora, as atenções devem ficar para a política fiscal e o comprometimento da equipe econômica com este tema, além da efetiva implementação do novo arcabouço fiscal.
Se não houver clareza da linha fiscal que vai ser adotada, a tendência é que a gente perca investimentos. E a gente está em um momento de aproveitar oportunidades. É um momento onde o mundo vai se redesenhar, as cadeias de produção vão se redesenhar. Espero, de fato, que haja cortes de gastos, vamos acompanhar.
Para hoje, no calendário econômico, teremos de dados no Brasil, antes da abertura do mercado o IPC-Fipe de janeiro. Já na Europa, teremos a decisão de taxa de juros da zona do euro. Nos EUA, sairão os pedidos por seguro desemprego.
Bons negócios a todos! E qual sua opinião? O dólar rompe hoje abaixo de R$ 5,00?