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Dólar pode continuar ganhando força contra principais divisas neste ano?

Publicado 18.08.2023, 14:39
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  • O dólar (DXY) está ganhando força e testa as máximas de julho perto de 103,5
  • Enquanto isso, o euro se enfraqueceu, e o iene disparou contra a moeda americana.
  • No geral, o dólar pode permanecer forte nos próximos meses contra a moeda única e a divisa japonesa.
  • O Índice Dólar está formando um novo pico dentro da tendência registrada em 2023. O movimento formou máximas mais baixas em março, maio e julho.

    Nesta semana, a moeda americana continuou ganhando força, ao testar níveis acima de 103,5, pico de julho. Esse é, portanto, um ponto crucial, e vamos acompanhar de perto se o índice rompe o padrão de picos mais baixos e começa uma reversão da tendência de queda.

    O comportamento das taxas dos títulos do governo americano também pode ter um papel importante na ascensão do DXY, principalmente com o suporte da política monetária do Federal Reserve e de dados consistentes dos EUA.

    Tivemos alguns eventos importantes nesta semana. As vendas no varejo dos EUA foram melhores que as expectativas, indicando força econômica. Além disso, a ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) reforçou o compromisso do Fed com a meta de 2% para a inflação.

    As declarações mais rígidas do documento foram vistas como uma possibilidade de um período prolongado de taxas de juros mais altas, o que favorece o dólar. Além disso, os pedidos de seguro-desemprego ficaram em linha com as projeções, e houve um aumento notável no Índice de Manufatura da Filadélfia, todos contribuindo para uma posição firme do dólar.

    Por outro lado, as taxas dos títulos de 2 anos e 10 anos dos EUA vêm aumentando desde março, revisitando os níveis máximos vistos durante a pandemia. Nesta semana, o rendimento dos papéis de 2 anos atingiu 5%, e o rendimento dos títulos de 10 anos chegou a 4,33%.

    Se esses níveis forem superados, pode ser favorável para o dólar.

    Taxas de 2 e 10 anos nos EUA

    Considerando o impulso ascendente do DXY, parece que o dólar está refletindo a possibilidade de o Fed evitar um corte de taxa antecipado, dependendo dos dados econômicos e da possibilidade de outro aumento de 25 pontos-base antes do final do ano.

    DXY semanal

    De acordo com essa perspectiva, se o índice DXY fechar consistentemente acima do nível de 104,3 em uma base semanal, com o apoio de um possível avanço nos rendimentos dos títulos dos EUA, seria um sinal de rompimento que pode impulsionar o movimento do dólar em direção ao nível de 108.

    Por outro lado, se o nível crítico de resistência de 103 não for superado, a moeda americana pode ficar pressionada. Nesse cenário, podemos esperar um recuo em direção ao nível de 100 dentro do movimento oscilatório do DXY dentro de seu canal.

    Visão técnica do euro contra o dólar (EUR/USD)

    O par EUR/USD continuou sua trajetória descendente durante a semana. Esse movimento segue em linha com o canal de alta de médio prazo observado anteriormente.

    No gráfico diário, embora tenha havido sinais de uma possível reversão na retração de curto prazo que vinha ocorrendo no último mês, o par encerrou a semana com um fechamento abaixo do nível de 1,1.

    Como resultado, a tendência de queda persistiu, direcionando o par para a borda inferior do canal.

    EUR/USD diário

    Neste momento, o nível de 1,08 - 1,083 é de grande importância para o par EUR/USD.  Do ponto de vista técnico, a perda desse nível de preço pode dar as primeiras indicações de uma reversão de tendência.

    Além disso, foi observado que os valores da Média Móvel Exponencial (MME) de curto prazo cruzaram abaixo da MME de 3 meses. Após cruzamento positivo da MME em junho, o par EUR/USD subiu para cerca do nível de 1,12.

    Se houver fechamentos diários abaixo de 1,08, podem aumentar as expectativas de fraqueza adicional, colocando em foco a região de 1,05 como próxima mínima para o EUR/USD, semelhante aos níveis do primeiro trimestre do ano.

    Por outro lado, a manutenção do nível de suporte de 1,08 sustentaria o momentum do canal. Isso poderia levar a discussões sobre a possibilidade de o par EUR/USD ultrapassar a resistência de 1,1 atingindo um novo pico em 2023 além do nível de 1,1277.

    Por fim, o Índice de Força Relativa (IFR) Estocástico no gráfico diário sugere que os níveis atuais podem representar um ponto de fundo. No entanto, para que o sinal ganhe confirmação, o indicador deve estabelecer um piso acima do nível 20.

    Comportamento do dólar contra o iene

    O par USD/JPY manteve sua trajetória de alta ao longo da semana após uma correção em julho. Nesta semana, o par fez uma tentativa de ultrapassar uma importante zona de resistência.

    USD/JPY diário

    O USD/JPY subiu para cerca de 145 nesta semana, atingindo o nível de 0,786 de Fibonacci e alinhando-se com a tendência de baixa que foi iniciada no último trimestre do ano anterior.

    Depois que o Banco do Japão (BoJ) interveio no mercado devido a uma tendência de valorização na taxa de câmbio no ano passado, houve força na queda até o início de 2023. Atualmente, o USD/JPY parece ter retornado à zona de intervenção.

    Durante esta semana, o par atingiu o ponto mais alto do ano em 146,5. Se esse pico for ultrapassado e mantido com fechamentos diários na próxima semana, a possível retomada das discussões de intervenção em torno da zona de 150 ienes será monitorada de perto.

    Por outro lado, o BoJ está adotando uma postura contra a tendência, ao manter um ambiente de juros negativos por meio de sua política monetária acomodatícia, contrastando com a política de aperto do Federal Reserve.

    Embora essa dinâmica favoreça a posição do dólar, a implementação de uma nova estratégia de compra de ienes pelo BoJ poderia provocar uma mudança na direção da tendência. Nesse cenário, é possível que o USD/JPY registre níveis abaixo de 140 em uma possível tendência de baixa.

    Hoje, o Japão divulgou seus dados de inflação básica, mostrando uma desaceleração maior no núcleo dos preços para 3,1% em julho, abaixo dos 3,3% em junho. Apesar da desaceleração, é improvável que a inflação alcance a meta de curto prazo de 2% do BoJ.

    No entanto, em comparação com outros bancos centrais de nações desenvolvidas onde a inflação está diminuindo apesar de contínuas políticas expansionistas, o BoJ parece ter uma postura mais flexível em relação à inflação.

    (Tradução de Julio Alves)

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    Aviso: Este artigo foi escrito apenas com fins informativos e não constitui qualquer solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento, não tendo por objetivo incentivar a compra de ativos de nenhuma forma.

     

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