Dólar operou na sexta feira em alta com os juros dos Treasuries ganhando força e ajuste de posições compradas depois da queda das duas últimas semanas. Novamente bastante oscilação, o que deve ocorrer no decorrer nesta semana pelo menos até as reuniões dos comitês de política monetária daqui e dos EUA na quarta-feira. É válido lembrar que a inflação norte-americana impacta diretamente os títulos dos EUA que, por sua vez, influencia na volatilidade do dólar. Mas o discurso dos membros do Federal Reserve tenta convencer que a inflação por lá é transitória.
O volume do setor de Serviços cresceu 0,7% na passagem de março para abril, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada sexta feira pelo IBGE. Com isso, o setor recuperou uma pequena parte da queda registrada em março (-3,1%), mas ainda está 1,5% abaixo do patamar de fevereiro do ano passado, período pré-pandemia.
Com os dados do IPCA da semana passada e o volume dos serviços, podemos ver um sinal de que a força do PIB não está apenas no agro e a economia está sim se recuperando. As projeções de inflação, PIB e SELIC podem ser maiores do que estamos achando. Para esta semana, guardemos nossa maior atenção para quarta-feira e foco no tom do comunicado do Banco Central. Com juros mais altos, o IPCA força um maior gasto da dívida pública, que deve recuar.
A melhora nas expectativas para o mercado de trabalho tem sido influenciada pela flexibilização das medidas restritivas e do avanço do programa de vacinação, o cenário para os próximos meses parece ser de continuidade dessa retomada, mas ainda de maneira gradual.
Nos Estados Unidos muito provável que o Federal não retire ainda os estímulos da economia. Isso baseado nos discursos de que a inflação por lá é temporária.
Para o dólar, que é o que interessa aos nossos leitores aqui, está mesmo difícil romper os R$ 5,00 mesmo com o aumento de fluxo que deve vir com maior alta de SELIC devido à impressão de que o Federal Reserve não irá antecipar o final dos estímulos e pela onda de captações. Talvez o fluxo comercial perdendo força explique a dificuldade em furar este piso (US$ 5,2 bi em março para US$ 2,3 bi em maio). De qualquer forma, aguardemos o Copom e o Federal Reserve para ter um cenário mais certo.
Continua em alta o interesse dos estrangeiros pelo Brasil com captação bem alta pelas empresas brasileiras de recursos lá de fora. Com os juros dos treasures subindo, o dólar ganha força.