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Dólar: O Que Impacta no Câmbio?

Publicado 02.09.2021, 07:18
USD/BRL
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O dólar subiu na véspera após três quedas seguidas e fechou em R$ 5,182, alta de 0,2% em relação ao dia anterior. Vamos ao que impacta o mercado de câmbio, e o que não falta são variáveis. Cabe agora tentar pesar cada uma delas para ter uma ideia sobre o impacto que trará.

Nos EUA, saiu ontem dados das contratações do setor privado em agosto, indicador considerado prévia do relatório do mercado de trabalho de amanhã, o famoso payroll.

Foram contratados bem menos trabalhadores do que o esperado em agosto, mas o mercado de trabalho continua se recuperando de forma constante. Lembrem-se que esses dados se tivessem vindo fortes dariam uma pista de que poderia ser antecipada a retirada de estímulos por lá. Afinal, estão esperando atingir o pleno emprego para dar inicio a isso. Foram criados 374 mil empregos no setor privado no mês passado, mostrou o Relatório Nacional de Emprego da ADP nesta quarta-feira. Os dados de julho foram revisados ligeiramente para baixo para mostrar geração de 326 mil vagas, em vez das 330 mil inicialmente relatadas. Os economistas previam criação de 613 mil postos de trabalho. Com isso, parece que a retirada de estímulos não será tão já e muito menos a subida de juros. Ponto para o real neste caso.

O apetite por moedas emergentes subiu desde o final da semana passada, quando o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, sinalizou que o Fed terá cautela ao reduzir suas medidas de estímulo de combate aos efeitos econômicos da pandemia.

Na Europa, as chances de uma redução antecipada das compras de títulos pelo Banco Central Europeu (BCE) estão começando a aumentar, embora poucos esperem que isso aconteça antes do Fed. O PMI de manufatura da zona do euro caiu em agosto, mas permaneceu em níveis historicamente altos.

Na China, o PMI industrial, que acompanha a manufatura do setor privado, caiu abaixo de 50 pela primeira vez desde a primavera do ano passado. Isso significa contração.

Pelo mundo, a variante delta do coronavírus assusta, mas pelo menos não estamos lidando com o novo, então me parece que os planos de contingência, se é que serão necessários, podem ter menos impactos do que no inicio da pandemia. E a vacinação esta caminhando, aqui no Brasil entre faltas e entregas de vacinas estamos evoluindo e a economia agradece.

Por aqui, mais um capitulo da crise hídrica, o governo anunciou a bandeira tarifária de “escassez hídrica” que custará R$ 14,20 a cada 100 kWh e que estará em vigor até abril do ano que vem. O aumento na conta de energia deve empurrar o valor da inflação de 2021 a 8% ao ano aproximadamente. Esse fator é ruim para o real, ponto para o dólar.

A política fiscal para 2022 também está envolta em incertezas, com o governo ainda negociando uma fórmula para amenizar o impacto crescente das despesas dos precatórios dentro da regra do teto de gastos, e ainda sem definições claras sobre o Bolsa Família mais robusto ou eventuais novas medidas de auxílio. Mais um ponto para o dólar.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve queda de 0,1% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores. Frustrou a equipe econômica que esperava um crescimento maior.

O crescimento da atividade industrial brasileira perdeu força em agosto, diante dos custos elevados de matérias-primas e da depreciação do real, bem como da menor expansão da produção. As empresas industriais ainda mostraram uma visão comum de que as perspectivas parecem melhores, com previsões de aumento da demanda, maior investimento, compra de novos equipamentos, expansão da capacidade e maior cobertura vacinal.

Eleição 2022 escala as tensões por aqui. Além disso, o feriado de 7 de setembro promete manifestações. Ponto para o dólar.

Ameaça de furo no teto de gastos ainda não foi eliminada. De novo, ponto para o dólar.

Selic deve aumentar um pouco mais do que era previsto para tentar conter a inflação, e em contrapartida o diferencial de juros do Brasil no exterior, o famoso carry trade deve atrair mais fluxo para cá. Ufa, ponto para o real.

Balança comercial brasileira de agosto teve superávit recorde de US$ 7,7 bilhões. No mês passado as exportações somaram US$ 27,2 bilhões e as importações US$ 19,5 bilhões. No acumulado de janeiro a agosto o superávit foi de US$ 52 bilhões. Ponto para o real.

Portanto, volatilidade é certeza. Quando o cenário político fica calmo conseguimos operar em cima de fundamentos. Quando as tensões se agravam, isso influencia na desvalorização do real, pois o risco-país sobe.

Para hoje, IPC-FIPE e nos EUA pedidos iniciais por seguro-desemprego e dois discursos de membros do FOMC.

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