Dólar: O Que Esperar da Semana?

Publicado 27.06.2021, 23:17
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Primeiro devemos olhar para o último dia da semana passada, então colocarei aqui abaixo o que aconteceu tanto de fatos como dados e na seqüência falaremos desta segunda-feira e da semana.

Em projeto encaminhado à Câmara dos Deputados na sexta-feira, o governo propôs a redução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica dos atuais 15% para 12,5% no próximo ano e para 10% a partir de 2023, informou o Ministério da Economia.

O adicional de 10% para lucros acima de 20 mil reais por mês será mantido, segundo apresentação da Receita Federal divulgado à imprensa. O governo informou que também quer acabar com a alternativa de apuração anual.

Segundo a apresentação, todas as empresas deverão apurar trimestralmente o IRPJ e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, com a permissão de se compensar 100% do prejuízo de um trimestre nos períodos seguintes.

Após a proposta e principalmente por causa da hipótese de tributação em cima de dividendos com alíquota de 20%, o mercado de capital fica menos atrativo quando você acaba com a tributação privilegiada quando se trata de grandes investidores. O real perdeu força e dólar chegou a bater R$ 4,9741.

Muita volatilidade se analisarmos que chegou a romper R$ 4,90 ficando em R$ 4,8938 na abertura dos negócios. Mas essa “alta” me parece mais um susto inicial que deve se adequar, além de alguma realização após a desvalorização recente da moeda norte-americana, que completou quatro quedas diárias consecutivas na quinta-feira.

CMN reduziu a meta da inflação para 2024 para 3%.

O Banco Central esfriou um pouco o clima de otimismo no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) com a melhora de indicadores fiscais de curto prazo e afirmou que este continua sendo um fator de pressão de alta nos preços que a política monetária leva em conta no balanço de riscos.

Dados de sexta-feira no Brasil foram os seguintes: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,83%. De acordo com o IBGE, mais de um terço da taxa registrada em junho é derivada das altas na gasolina e na energia elétrica.

Houve alta em todos os produtos pesquisados e em todas as regiões do país. Já o IPC da FIPE (O Índice de Preços ao Consumidor), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,78% na terceira quadrissemana de junho. O Índice Nacional de Custos da Construção – M (INCC-M) acelerou de 1,80% em maio para 2,30% em junho. Com a leitura, o indicador atingiu a maior taxa mensal desde os 2,67% registrados há 13 anos, em junho de 2008.

As contas externas do país tiveram superávit de US$ 3,8 bilhões em maio de 2021. O resultado foi o maior da série histórica, iniciada em 1995. As transações correntes do setor externo são formadas pela balança comercial, pelos serviços adquiridos por brasileiros no exterior e pelas rendas, como remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para outros países. O superávit foi puxado pela balança comercial, que teve o melhor resultado mensal da série histórica.

Nos EUA, tivemos o núcleo da inflação ao consumidor que subiu 3,4% em maio na comparação anual, em linha com a expectativa. O núcleo do PCE (ou Índice de preços para gastos de consumo pessoal), que exclui componentes com maior volatilidade e cujas variações refletem choques transitórios, subiu 0,5% frente abril e 3,4% na comparação com maio de 2020.

O PCE é o indicador de inflação acompanhado com mais atenção pelos membros do Federal Reserve, e é uma importante baliza para prever mudanças na política monetária da maior economia do mundo. O aumento do índice reflete o ritmo acelerado de expansão econômica e as pressões de preços resultantes, e amplificou o quão longe a nação avançou desde a paralisação induzida pela pandemia de 2020.

Embora a leitura possa aumentar as preocupações com a inflação, as autoridades do Fed. continuam a insistir que veem a situação atual como temporária e com probabilidade de diminuir à medida que as condições voltem ao normal. O Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan subiu para 85,5 na leitura final de junho, ante 82,9 em maio. O dado de junho ficou abaixo da previsão mediana de 86,5 de economistas consultados.

Agora vamos ao sentimento do investidor. O mercado doméstico acompanha o ambiente positivo de negócios com o estrangeiro entrando no Brasil e o dólar testando pisos. Neste momento em que o país respira um fluxo positivo temos o real apreciado.

A ameaça de que o Federal Reserve antecipe a alta de juros e complique a vida dos emergentes na disputa da liquidez global não tem assustado as perspectivas para o câmbio. O ciclo de alta das commodities continua garantindo entradas para a balança comercial assim como as captações corporativas externas, e tem também os IPOs para agitar ainda mais o movimento.

Uma sensação que tenho visto é a de que mesmo que a Selic suba 0,75% ao invés de 1 ponto em agosto, ainda estará apreciando o real uma vez que independente da velocidade da normalização da política monetária ainda está vantajosa para o carry trade.

Wells Fargo colocou o real no topo de suas recomendações para moedas emergentes e o Bofa reduziu a projeção do dólar para 2021 de R$ 5,20 para R$ 5,00. Só não abaixaram mais por achar a situação fiscal ainda vulnerável.

Campos Neto falou em quadro fiscal mais estável e PIB maior como forma de explicar a apreciação do real.

Para a segunda-feira, atenção com discurso de Williams, membro do FOMC, às 10h00, quem sabe dá sinais sobre a retirada de estímulos da economia americana.

Haverá no Brasil o boletim focus para olhar (sai toda segunda feira) um resumo dos resultados da pesquisa de expectativas de mercado para a economia brasileira.

Pois é minha gente, câmbio no Brasil não é para amador. Qualquer notícia pode mudar o rumo da moeda. Portanto fique atento, afinal quarta feira tem Ptax.

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