Mais um recorde nominal do dólar frente ao Real, impulsionado por uma série de fatores como fluxo sazonal de lucros e dividendos, frustração com a baixa adesão dos investidores estrangeiros ao leilão do excedente da sessão onerosa, o índice DXY se aproximando novamente de 100 pontos, com viés de alta desde março do ano passado, com a dominância do dólar sobre outras moedas, redução do fluxo comercial por conta da guerra comercial EUA-China, este último causando boa parte da tensão global na divisa.
Ainda que se entenda a supervalorização global do dólar, ponto inclusive de reclamação do presidente Trump ontem, após reunião com Jerome Powell, o fato é que não existem opções globais que possam enfrentar a dominância da divisa neste momento no mundo.
Diferente de muitas outras, a economia americana continua a performar, apesar da série de indicadores industriais e de atividade em descompressão.
Por comparação, o Euro e a Libra tem uma situação econômica desafiadora, deixando de longe de ser opção ao dólar.
As moedas asiáticas têm problemas semelhantes, com o Japão e seu fraco crescimento secular e a China envolta até o pescoço com a guerra comercial com os EUA, além dos emergentes da reunião que fortemente dependem da China.
Por falar em mercados emergentes, há poucos além dos asiáticos que inspiram confiança o suficiente para receber fluxo de capitais, mas nem de longe tem qualquer potencial de fazer frente ao fluxo global de dólar neste momento, nem em conjunto.
Neste sentido, fica difícil fazer frente à valorização do dólar e ao adicionar fatores locais como atraso nas votações do marco regulatório do saneamento (PEC do Saneamento), a insegurança jurídica com a queda da prisão em segunda instância, os avanços das reformas continuam a não serem suficientes para atrair o investidor global, dado um cenário mundial de ‘distrações’.
Trump e sua teimosia histórica continuam relutantes em reverter as taxações contra a China, querendo basicamente uma ‘vitória unilateral’ na guerra comercial, ainda que isso o custe a eleição aos democratas e a China está pessimista em relação a um acordo comercial devido exatamente aos diferentes pontos de vista sobre o cancelamento de tarifas.
Localmente, o vencimento de opções no iBovespa adicionou ainda mais um fator ao ‘humor’ local, não conseguindo avançar para mais um recorde do índice.
Além disso, a “ausência” do BC tem causado parte da instabilidade na moeda.
Para um mercado liberal, insistir na intervenção do governo sempre parece um contrassenso.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva na sua maioria e os futuros NY abrem em alta, sem sinais claros na guerra comercial.
Na Ásia, fechamento misto, mesmo sem sinais de acordo entre EUA e China.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao cobre.
O petróleo abre em queda, na ausência de sinais da guerra comercial.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,25%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,2092 / 0,47 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,045%
Dólar / Yen : ¥ 108,76 / -0,092%
Libra / Dólar : US$ 1,30 / -0,046%
Dólar Fut. (1 m) : 4199,88 / 0,17 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,46 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,68 % aa (0,86%)
DI - Janeiro 23: 5,82 % aa (1,22%)
DI - Janeiro 25: 6,36 % aa (0,47%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,2699% / 106.269 pontos
Dow Jones: 0,1119% / 28.036 pontos
Nasdaq: 0,1067% / 8.550 pontos
Nikkei: -0,53% / 23.293 pontos
Hang Seng: 1,55% / 27.094 pontos
ASX 200: 0,70% / 6.814 pontos
ABERTURA
DAX: 1,206% / 13366,25 pontos
CAC 40: 0,540% / 5961,81 pontos
FTSE: 1,103% / 7388,29 pontos
Ibov. Fut.: -0,25% / 106681,00 pontos
S&P Fut.: 0,151% / 3131,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,333% / 8367,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,22% / 78,15 ptos
Petróleo WTI: -0,84% / $56,57
Petróleo Brent:-0,67% / $61,92
Ouro: -0,27% / $1.466,67
Minério de Ferro: 0,16% / $82,93
Soja: -0,97% / $15,33
Milho: 0,27% / $369,00
Café: -0,28% / $105,20
Açúcar: -0,63% / $12,69