O tema desta análise é o que está pautando o mercado de câmbio nesta semana. Mas o fluxo ainda fala mais alto, como visto ontem. O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9714 para venda. Na contra mão dos fatos, a moeda norte-americana caiu devido a fluxo.
O fato é que segue o impasse nas negociações sobre o limite da dívida dos EUA. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que está disposto a cortar gastos e a realizar ajustes fiscais de modo a alcançar um consenso com os republicanos. Outro motivo que poderia ter “puxado” o dólar ontem foi a declaração de James Bullard, presidente do Fed de Saint Louis. Ele disse que o Banco Central norte-americano pode precisar elevar em meio ponto percentual sua taxa básica ainda este ano por conta da inflação.
Na minha opinião, o otimismo em torno do andamento do novo arcabouço fiscal no Congresso contribui, em parte, para a queda do dólar no Brasil. Afinal, vão limitar a “gastança” impondo algum tipo de “punição”. Além disso, obviamente o nosso diferencial de juros que está bem largo.
A expectativa de manutenção da taxa básica Selic, atualmente em 13,75% ao ano, em patamares ainda elevados no curto prazo continua beneficiando o real em relação ao dólar.
Ocorre que a equipe econômica elevou nesta segunda-feira sua projeção de déficit primário no ano para 136,2 bilhões de reais, de 107,6 bilhões de reais previsto em março, refletindo principalmente um aumento da estimativa de despesa, numa evidência do desafio que o governo enfrenta para equilibrar as contas públicas enquanto negocia os termos do novo arcabouço fiscal.
A programação orçamentária dos ministérios do Planejamento e da Fazenda apontou ainda um excesso de 1,7 bilhão de reais na previsão de despesas em relação ao limite do teto de gastos, o que indica necessidade de bloqueio de verbas discricionárias nesse montante. O detalhamento do corte será feito no fim do mês. O Orçamento de 2023 estima um déficit fiscal de 238 bilhões de reais, rombo que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prometeu diminuir com medidas de recomposição de receitas e corte de gastos. A nova previsão de déficit fiscal do governo este ano equivale a 1,3% do PIB, contra estimativa anterior de 1,0%.
No calendário econômico para hoje temos na Europa discursos de membros do BCE, PMI industrial, de serviços e composto de maio. Já nos EUA veremos licenças de construção e os PMI de maio também, além de vendas de casas novas.
Bons negócios e muito lucro a todos!