Hoje, as atenções estão voltadas para a divulgação do PPI, índice de preços ao produtor nos EUA. Mais um importante índice de inflação americana que nos ajuda a antever como serão os próximos passos do Fed. Até o momento parece que haverá manutenção na taxa de juros por lá.
Ontem o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9491. Foram divulgados dados do Departamento do Trabalho dos EUA. O IPC subiu 0,4% em abril, após alta de 0,1% em março. O percentual ficou em linha com a projeção de 0,4% feita pelos economistas. Embora os núcleos de inflação sigam fortes, a inflação de abril em linha com o esperado alimentou apostas de que o Fed manterá sua taxa básica na faixa de 5,00% a 5,25% em sua próxima decisão de política monetária. Essa perspectiva deu força a alguns ativos de maior risco, como o real.
O nosso juros a 13,75% garantem um diferencial pro Brasil muito grande. Isso traz fluxo e beneficia nossa moeda. Além disso, o noticiário mais positivo para a área fiscal ajudou também.
Ontem, o BC publicou os dados mais recentes do fluxo cambial, referentes à primeira semana de maio. O país registrou saída líquida de 100 milhões de dólares no período, após ter encerrado abril com entrada de 844 milhões de dólares.
Esse ânimo pro real deve durar até a definição final do arcabouço fiscal (a depender de como vier) e, principalmente, se houver algum tipo de “quebra” de banco nos EUA. Ainda colaborando para a possível virada pró-dólar temos o impasse sobre o teto da dívida e o crescente risco de um calote da dívida soberana dos Estados Unidos; o Credit Default Swap (CDS) de um ano do país avança e já supera o de várias economias emergentes, entre elas, Brasil, México e Peru. A divergência é incomum porque os EUA ostentam o mais elevado grau de crédito soberano pelas principais agências de classificação de risco, enquanto o Brasil aparece vários degraus abaixo, na categoria de grau especulativo.
No calendário econômico de hoje veremos no Brasil o fluxo cambial estrangeiro. Nos EUA, o IPP e pedidos por seguro-desemprego, além de discurso de Waller, membro do Fed. Na Europa, pronunciamento de Schnabel e do vice-presidente Luís de Guindos, ambos do BCE. Bons negócios e lucros a todos!