Primeiramente, agradeço aqui a todos que reservaram um tempo do seu dia para ler minhas considerações sobre o câmbio. Foi muito bom estar esse ano com vocês e acompanhar as opiniões, colaborações e críticas.
Para hoje, teremos volatilidade garantida, apesar de que, ontem, o mercado já estava em movimento de briga entre comprados e vendidos para formação desta Ptax. Nos EUA, a habitual divulgação dos pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada.
Depois de chegar a tocar R$ 5,7010 no pico da sessão, o dólar à vista fechou em alta de 0,97%, a R$ 5,6939 na venda.
Um dos fatores que pressionaram a alta da moeda americana foi a pressão do funcionalismo por ajustes salariais, que tem gerado receios entre investidores sobre mais despesas da União no ano que vem, depois de o governo já ter aberto espaço fiscal, por meio da PEC dos Precatórios, que altera a regra do teto de gastos para financiar um programa de transferência de renda à população de 400 reais por família.
À medida em que os riscos para o quadro fiscal brasileiro vão escalando, a tendência é de reação negativa por parte dos investidores.
A taxa Selic está atualmente em 9,25% ao ano, e a expectativa na mais recente pesquisa semanal Focus, do Banco Central, é de que ela chegue a 11,50% em 2022. Essa taxa deve segurar um pouco a alta do dólar. Juros mais altos elevam a rentabilidade do mercado doméstico de renda fixa, o que tende a elevar o ingresso de recursos no Brasil e, consequentemente, beneficiar o real. Mas, teremos ainda a retirada de estímulos da economia americana, que puxa o dólar para cima.
Feliz ano novo, pessoal! E que em 2022 possamos ser mais assertivos em nossas análises e ter um ano cheio de saúde e lucros!