A meta da inflação é decisiva para a trajetória de juros. Hoje, o Conselho de Política Monetária se reúne paga definir a meta da inflação de 2026. Provavelmente, a meta será mantida. O Comitê é composto pelo Ministro da Fazenda e Ministra do Planejamento (ambos do governo Lula) e o presidente do Banco Central (que é autônomo).
Nesta reunião, o Ministro da Fazenda deve levar a proposta de alterar o prazo para cumprimento da meta da inflação, que atualmente é anual, para contínua. Somente o Ministro da Fazenda pode propor mudança na meta, já que o Banco Central deve cumprir a meta, e para isso definir a taxa básica de juros compatível ao cumprimento da meta. Se aprovada, a mudança impactará na Selic. Uma meta contínua abre espaço para cortes de juros caso a inflação caia.
Seguimos com movimentos atípicos no câmbio pelo fechamento da PTAX de final de trimestre na sexta-feira. Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,8506 na venda, com pessimismo sobre o euro e expectativa de mais aumentos de juros tanto nos EUA quanto na Europa. Jerome Powell, presidente do Fed, e Christine Lagarde, presidente do BCE, estiveram presentes no fórum anual do BCE em Sintra, Portugal, e confirmaram que possivelmente haverá mais aumentos de juros tanto nos EUA quanto na Europa.
Conforme escrevi ontem, juros menores aqui e mais altos lá fora diminuem a entrada de fluxo para cá pelo diferencial de juros (carry trade). Ainda assim, nossa taxa segue sendo muito atrativa e o real não deve ser tão penalizado. A seguir, cenas dos próximos capítulos nos temas arcabouço fiscal e reforma tributária.
E no calendário econômico de hoje veremos os seguintes temas. No Brasil, a já citada reunião do CMN, o IGP-M de junho, o IPP (índice de preços ao produtor) de maio e índice de evolução do emprego (CAGED). Na Europa, conheceremos as expectativas de inflação ao consumidor, confiança do consumidor, da indústria e de serviços. Nos EUA, o PIB trimestral e pedidos por seguro-desemprego, além de vendas pendentes de moradia.
E você, o que acha? O dólar volta a bater R$ 5,00? Essa é uma pergunta que deve ser respondida atrelada a prazo. Se o juros aqui for caindo e lá fora for subindo, até pode ser. Senão, com o mercado otimista com as perspectivas fiscais e o nosso juro ainda alto, esse boom do dólar é pelos juros e justificado pela Ptax de final de mês. Vamos acompanhar.
Bons negócios e muito lucro!