Bom dia e boa semana, mercado do câmbio. O dólar à vista encerrou a semana passada cotado a R$ 5,5895 para venda, conforme informado pela Getmoney corretora de câmbio.
O relatório de empregos Payroll (vagas de trabalho fora do setor agrícola) dos EUA trouxe uma criação de vagas menor do que o esperado, mas por outro lado a taxa de desemprego sugeriu que o mercado de trabalho segue resiliente. Podemos portanto considerar que é fato o corte de juros por lá dia 18 de setembro, porém agora a maioria precifica isso em 0,25 ponto percentual -- e não em 0,5 pp como alguns estavam acreditando. Parece que a economia norte-americana está esfriando um pouco.
Em condições de corte de juros no exterior e aumento de juros aqui, o real se valoriza, pois o investidor prefere colocar seu dinheiro onde o juro é mais atrativo, mas como o dólar é uma divisa de proteção nosso risco fiscal está no radar, as eleições americanas se aproximam e as guerras não terminam. Portanto, estamos em um mundo de vetores puxando para lados opostos. Resta para o povo do câmbio, claro que me incluo aqui, precificar o quanto tudo isso já está na taxa atual.
Por aqui, o mercado quer saber qual será a decisão do Copom, (manter ou subir a nossa Selic), que segue sem dar uma direção clara e dependente de dados que ainda sairão. Com o dólar acima de R$ 5,60, considero que é bem provável aumento de juros aqui. Vamos acompanhar de perto os dados desta semana, como o IPCA, que sai amanhã. Se os números da semana (tem também IBC-Br, dados de serviços e varejo) comprovarem que a economia está forte, poderemos ter mais certeza na alta de juros no Brasil, mas a dúvida ainda persistirá quanto ao ritmo, 0,25 pp ou 0,5 pp.
Não tenho a menor intenção de estressar vocês, mas espero que tenham visto na sexta-feira que membros da equipe econômica do governo disseram que poderá ocorrer aumentos de impostos a serem promulgados sem a necessidade de aprovação legislativa, na tentativa de atingir a meta fiscal. E sabem quais impostos são os cogitados? O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e impostos de importação e exportação. Vamos ficar de olho. Essas medidas podem vir no relatório bimestral de receitas e despesas previsto para o final de setembro.
No calendário econômico para hoje acompanharemos aqui no Brasil o tradicional Boletim Focus, que sai toda segunda-feira (8:25 hrs).
Bons negócios a todos e muito lucro.