Bom dia e boa semana, mercado do câmbio. O dólar à vista fechou a semana passada cotado a R$ 5,7862 para venda, conforme informado pela mesa de câmbio da corretora Getmoney.
Na imprensa, disseram que a leve baixa foi devido à esperança de que o pacote fiscal seja de R$ 70 bilhões de cortes, mas na verdade não foi isso. Não é possível que o mercado compraria essa narrativa, ainda mais sem confirmação. O que rolou foi fluxo. Quando a moeda norte-americana bateu R$ 5,829 muitos entraram vendendo e a cotação caiu. É sempre assim. O pessoal tenta achar um motivo, mas o mercado é soberano. E contra fluxo não há argumento.
Ainda sobre o pacote fiscal, nada deve acontecer, pelo menos até quinta-feira, pois teremos hoje e amanhã a reunião do G20 aqui no Brasil -- e quarta temos feriado nacional. O pacote deve seguir as regras do arcabouço fiscal, que prevê que o crescimento real das despesas públicas seja entre 0,6% e 2,5%, dentro do limite de 70% da variação da receita. Esse pacote, a depender como vier, vai impactar no câmbio.
A eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA fortaleceu o dólar a nível mundial, e principalmente ante moedas de países emergentes. O mercado vê as políticas protecionistas de Trump com impactos inflacionários. Além disso, o Fed deve cortar menos os juros. Os dados econômicos que saíram na semana passsada foram melhores do que o esperado, e tivemos discurso de Jerome Powell sobre não precisar ser tão agressivo nos cortes.
No calendário econômico para hoje no Brasil, além da reunião do G20, acompanharemos o tradicional Boletim Focus (8:25 hrs), que sai todas as segundas-feiras. Na zona do euro, a balança comercial de setembro (7:00 hrs), pronunciamento de Lane, do BCE (10:00 hrs), e discurso de Christine Lagarde, presidente do Banco (15:30 hrs). Nos EUA, discurso de Goolsbee, do Fed (12:00 hrs).
Bons negócios a todos e muito lucro.