Bom dia, survivors do mercado de câmbio. Seguimos aqui, neste final de ano turbulento, renovando máximas na taxa de câmbio, e valendo o ditado que diz que nada está tão ruim que não pode piorar. O dólar à vista fechou o dia ontem cotado a R$ 6,2679 para venda, conforme informado pela mesa da Getmoney corretora. Mais uma vez o fiscal, ou melhor, a falta de compromisso fiscal, fez preço.
A Câmara até aprovou o texto-base do projeto que impõe travas para o crescimento de despesas com pessoal e incentivos tributários no caso de déficit primário, que faz parte do pacote fiscal, mas a descrença continua quanto a capacidade do governo honrar o equilíbrio das contas públicas. O Executivo está sem credibilidade, não existe uma interlocução com o mercado, parecem dois estrangeiros tentando se comunicar, onde ninguém entende ninguém. Até onde isso vai ninguém sabe.
O que podemos ver é que o brasileiro fica mais pobre a cada dia com esse câmbio nos patamares atuais. Até outro dia R$ 6,00 era suporte, agora, isso parece até bom. No exterior, de nada adiantou o corte de 0,25% anunciado pelo Fed para a economia norte-americana. Na sequência o pronunciamento de Jerome Powell, chair do Fed, deixou uma sensação de afrouxamento monetário menor no próximo ano. Cortes de juros nos EUA, normalmente fazem com que o carry trade seja atrativo para nós e o dólar caia, só que não desta vez.
O ano acabando e a projeção de mais dois aumentos de 1% na Selic está fazendo com que o mercado ajuste posições. Pessoal, agora é ver se alguém por parte do governo consegue passar uma mensagem de segurança fiscal para os investidores no sentido de que realmente os cortes serão suficientes para equilibrar as contas e que parem de anunciar medidas populistas que arrombam ainda mais nossos cofres. Outra coisa, pra que ficar queimando grana nesses leilões de swap que não adiantam nada?
Bom, turma, é isso! Melhor rezar e ficar de olho nos suportes técnicos, porque cada vez que rompe o céu é o limite. Depois pode devolver na mesma velocidade, mas pra isso, conforme disse, precisa vir alguém falar em nome desse desgoverno, e que fale a língua do mercado.
No clendário econômico para hoje vamos acompanhar (só por acompanhar mesmo, já que não deve impactar tanto no câmbio) aqui no Brasil, o relatório trimestral de inflação e a reunião do Conselho Monetário Nacional (8:00 hrs). Nos EUA sairá o PIB do terceiro trimestre, pedidos por seguro-desemprego (10:30 hrs) e vendas de casas usadas de novembro (12:00 hrs).
Bons negócios a todos e muito lucro.