Mercado ontem fechou na máxima desde 13 abril deste ano. O dólar terminou o dia cotado a R$ 5,6955. Esse movimento fica justificado com o mercado antevendo uma decisão do Federal Reserve (Fed) quanto a retirar os estímulos da economia americana antes do previsto.
A expectativa é de que o Fed acelere o ritmo de redução de estímulos ao fim de sua reunião de política monetária que será hoje. A necessidade de contenção do processo inflacionário nos EUA via elevação dos juros da economia fará com que o real perca valor perante o dólar. Isso deve acontecer também com as moedas de outros países emergentes.
Quando isso ocorrer o dólar se fortalecerá, pois o aumentos de juros nos EUA eleva a rentabilidade de se investir lá e, consequentemente, elevaria o ingresso de recursos naquele país.
A manutenção da nota de risco do Brasil pela agência de classificação Fitch alertou para riscos de deterioração econômica e fiscal por aqui. O tom pessimista do comunicado afirmou que a inflação alta e volatilidade do real vão pesar sobre a economia em 2022 e aumentar o risco de uma recessão. A nota do Brasil foi mantida em BB-, com perspectiva negativa.
Para completar o cenário de alta para o dólar, as eleições brasileiras de 2022 podem elevar a incerteza política.
Divulgada ontem a ata do Copom, que teve um tom mais hawkish, com uma posição cujo objetivo é acelerar o atual ciclo de aperto monetário. Mas isso só serve para dar uma ajuda ao real próximo a nova divulgação da nova Selic. Por enquanto, essa informação não ajudou muito nossa moeda. O que falou mais alto mesmo foi a decisão de hoje da política monetária americana. Na minha opinião, já está precificada, mas mercado sempre pode reagir ainda mais.
Para hoje aqui teremos IBC-BR, considerado uma prévia do PIB e fluxo cambial estrangeiro. E a estrela do dia às 16 horas, divulgação da taxa alvo de fundos do Fed. nos EUA e a coletiva de imprensa do Fomc.