Bom dia, mercado do câmbio. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,0067 para venda, conforme informado pela mesa da Getmoney. Ajudou na queda do dólar a alta de preços do minério de ferro, uma commoditie que nosso país exporta bastante. O dólar em baixa tem testado a barreira psicológica dos R$ 5,00.
Hoje vamos acompanhar o comportamento do dólar, que vai depender dos números do CPI, um índice de inflação que mede a evolução dos preços sob a perspectiva do consumidor norte-americano. Esse índice será divulgado às 9h30 no horário de Brasilia, e pode mexer com o mercado de câmbio. Se os números vierem acima do esperado, pode fazer o dólar subir; se vierem abaixo do esperado pelo mercado, podem fazer o dólar ceder. Atenção para o caso da taxa de câmbio romper a barreira psicológica de R$ 5,00 para baixo. Se isso ocorrer, poderemos ver uma queda relativamente rápida e por um curto espaço de tempo, porque acionam gatilhos de compra de fundos que deixam ordens em automático.
O cenário para vocês leitores pensarem é o seguinte: com um possível corte de juros por lá em junho ou depois, o dólar teria que continuar forte, acima de R$ 5,00, pois o mercado achava que os juros já iriam ser cortados e que haveriam mais cortes do que o Fed sugere que ocorrerá neste ano.
O que jogaria pró-real então? O nosso diferencial de juros se manter alto. O carry trade compensar. Agora vamos aos fatos: o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já falou que vai continuar cortando juros aqui, pode até não ser em 0,5 ponto na próxima reunião, mas vai continuar caindo. Já lá fora, Jerome Powell continua falando que é perigoso perder a mão no combate a inflação; se cortarem os juros muito rápido a inflação dos EUA pode até sofrer rebote para cima. Tem até dirigentes do Fed falando em não cortar juros em junho.
Então, com juros caindo aqui e não caindo lá fora, é força para o dólar. Por isso os índices estão sendo acompanhados mais de perto do que nunca. O que vai realmente direcionar as apostas a esse respeito, além do CPI, será a Ata do Fed, que sairá somente às 15h00. A interpretação da Ata ditará o rumo do fechamento do mercado de câmbio hoje. Nesta Ata, veremos os indícios sobre o ritmo de cortes e taxa alvo dos juros nos EUA.
Aproveitaram a calmaria de ontem? Agora hoje vamos acompanhar os números e suas interpretações! Ontem, por exemplo, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse que existe um cenário possível de não haver nenhum corte de juros neste ano, a depender da força da economia e da trajetória ainda lenta da desinflação.
Na política, segue a incerteza em relação a possível mudança na meta fiscal para 2025. Até a semana que vem o governo deve encaminhar ao Congresso o projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do próximo ano. Com “bagunça” no cenário fiscal, é dólar mais forte!
No calendário econômico para hoje teremos aqui o IPCA anual e de março e a confiança do consumidor de abril. Nos EUA, dia importante com CPI de março e anual, discurso de Bowman e a Ata da última reunião de política monetária do Fomc.
Bons negócios a todos, muito lucro e um excelente evento do Compliance Day para os atuantes no segmento de câmbio.