Bom dia, mercado do câmbio! O dólar à vista fechou o dia ontem cotado a R$ 4,9821 para venda, conforme informado pelos operadores da Getmoney. Na verdade não tinha nada de importante na agenda e, conforme escrevi ontem, foi mesmo uma taxa de câmbio baseada em fluxo.
Contextualizando, nosso cenário é de que os juros norte-americanos não vão ser cortados antes de junho, e talvez até nem em
junho, a depender de novos dados que sairão por lá para balizar as apostas sobre esse timming. Por aqui, se o agro piorar, a taxa de câmbio do dólar pode até subir mais. E para jogar gasolina no fogo, no final do ano tem eleições nos EUA. Além de tudo isso, os navios sendo atacados no Mar Vermelho e as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio também trazem aversão ao risco.
Para o dólar cair mesmo, não somente ter um pequeno ajuste, será necessário iniciar o ciclo de corte de juros nos EUA, e termos notícias internas positivas quanto ao compromisso fiscal e déficit zero. Não que não possam ocorrer “momentos de queda” na taxa de câmbio. Mas o cenário atual é de dólar mais alto.
Agora observem com cautela os desmontes de posições de fundos quando a taxa bater R$ 5,00, devido a ordens já lançadas (por fundos e traders) de stop nesta taxa de câmbio. E, como temos Ptax na quinta-feira, tudo é possível, ainda que pontualmente. Na Ptax já sabemos que a volatilidade é garantida devido à “briga” entre comprados e vendidos, tentando puxar a taxa para o patamar mais conveniente para cada grupo. Esse movimento será mais nítido na quarta e na quinta.
Ontem o governo anunciou um programa chamado Ecoinvest Brasil. Este programa visa que o investimento estrangeiro em projetos sustentáveis tenha uma proteção cambial através de linhas de financiamentos específicas e derivativos cambiais. O BID disponibilizará 3,4 bilhões de dólares para hedge de prazos superiores a 10 anos. O Banco Central brasileiro fará a ponte entre o investidor estrangeiro e os derivativos. Mas, muita calma nesta hora, ainda tem que promulgar a MP e o CMN tem que regulamentar.
No calendário econômico hoje, no Brasil teremos o Boletim Focus atrasado (era para ter saído ontem) e o IPCA-15 de fevereiro, que deve acelerar devido ao fim do benefício fiscal dos combustíveis e aos aumentos nas mensalidades escolares. Nos EUA, veremos os pedidos de bens duráveis de janeiro e a confiança do consumidor de fevereiro.
Bons negócios e muito lucro a todos!