Bom dia e excelente semana, seguidores do mercado do câmbio. O dólar à vista fechou a semana passada cotado a R$ 5,1212 para venda, conforme informado pela Getmoney. Na semana passada, o dólar subiu 1,10% e no mês a divisa norte-americana valorizou 2,11% ante o real.
Motivos não faltam e cito aqui alguns deles: a perspectiva de menos cortes de juros nos EUA e atraso no início deste processo, a escalada de conflitos no Oriente Médio, ruídos políticos internos relativos a provável não-compromisso do governo com o arcabouço fiscal. Explicando para quem não acompanha a política, mas sugerindo que acompanhe, pois impacta o câmbio: está no Senado um projeto que muda o arcabouço fiscal e libera gastos extras de R$ 15,7 bilhões neste ano e existe um debate em torno de alterar a meta do resultado primário de 2025, de superávit de 0,5% para zero ou 0,25% do PIB. Isso demonstra falta de responsabilidade com o fiscal. Nossa Selic em trajetória de queda tira o capital estrangeiro do Brasil para ser alocado em países mais seguros.
Hoje é dia de ficarmos atentos aos números referentes ao crescimento econômico na China. Por se tratar de nosso grande cliente de commodities, esse índice costuma mexer com o ânimo dos investidores. O PIB chinês deve desacelerar, resta saber o quanto. Além disso, hoje saem as vendas do varejo nos EUA, que devem consolidar ou não as apostas no ritmo dos juros por lá e, com isso, mexer com o nosso dólar.
Neste fim de semana, o ataque do Irã a Israel trouxe ainda mais insegurança geopolítica e receio de que grandes potências como Rússia e Estados Unidos possam entrar mais firme no conflito, trazendo a guerra para nível mundial. Não que esses países já não estejam participando, mas para acompanhar a cotação do dólar, com esse novo ingrediente a coisa não vai melhorar.
Atenção ao calendário econômico hoje aqui no Brasil, a equipe econômica vai divulgar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025. Atenção à possível mudança da meta fiscal, conforme escrevi acima. E hoje sai aqui também o IBC-Br (prévia do PIB) e o Boletim Focus. Na Zona do Euro veremos a produção industrial de fevereiro e o pronunciamento de Lane, do BCE. Nos EUA, as vendas do varejo de março e discurso de Williams, membro do Fomc.
Bons negócios a todos e muito lucro.