Bom dia, leitores das análise diárias do mercado de câmbio. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,8069 para venda devido ao avanço firme do petróleo no mercado internacional, conforme informado pelos operadores de mesa da Getmoney corretora. Atenção que ontem (com mercado fechado aqui) o petróleo caiu mais de 2% devido ao avanço nas negociações entre os EUA e o Irã.
Na semana passada o presidente dos EUA, Donald Trump, atacou o chair do Fed. Ele disse que Jerome Powell está agindo muito lentamente na diminuição de juros (atualmente na faixa entre 4,25% e 4,50%) e fez ameaças de destituí-lo de seu cargo. Essa atitude acendeu uma preocupação nos mercados quanto à independência do Fed. Vimos inclusive uma alta do Bitcoin e queda do dólar ontem. Amanhã termos os primeiros dados de PMIs após anúncio e posterior adiamento parcial das tarifas. As empresas tem relatado dificuldade em fazer um planejamento devido às incertezas. As tarifas devem aumentar as pressões inflacionárias e diminuir o crescimento econômico mundial.
Os principais bancos têm diminuído as perspectivas de crescimento global devido às tarifas e também às incertezas criadas por esse movimento. A atenção deve estar no resultado esperado pela cobrança das novas tarifas. Por exemplo, a intenção de aumentar a produção doméstica de energia pelos EUA será prejudicada pela alta do custo dos insumos. A diminuição das importações devido a maiores tarifas, e se a receita das tarifas forem usada para diminuir impostos, aumentaria o déficit fiscal. Vamos acompanhar essa novela, que está longe do fim.
Já a China, economia mais impactada pelas tarifas, anunciou a manutenção de sua taxa de juros e medidas para impulsionar a internacionalização do yuan. Dentre elas, irá aumentar a ofertas de crédito transfronteiriço, com a intenção de reduzir os custos de financiamento em yuan para estimular importações e exportações e estimular as empresas locais. O Banco Popular da China também pretende explorar e implementar tecnologia blockchain para diversos serviços de liquidação e apoiar a Bolsa de Ouro de Xangai. As tarifas sobre importações chinesas subiram para 145%, enquanto Pequim respondeu com taxas de 125% sobre produtos americanos. A China não planeja aumentar mais suas taxas.
Para hoje vamos olhar de perto a divulgação da perspectiva econômica global do FMI. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, pediu na semana passada para que todos os países tentem acalmar as tensões comerciais. Aqui o importante será o Boletim Focus, que trará expectativas dos economistas em um cenário de incertezas.
No calendário econômico de hoje acompanharemos na zona do euro a confiança do consumidor de abril (11:00 hrs), discursos de Cristina Lagarde, presidente do BCE (11:00 hrs), e de Luís de Guindos, do BCE (14:00 hrs). No Brasil, teremos o Boletim Focus (8:25 hrs). Nos EUA, discursos de Jefferson, do Fed (10:00 hrs), de Harker (10:30 hrs) e de Karshkari, do Fomc (15:00 hrs).
Bons negócios a todos, muito lucro e uma semana iluminada.