Bom dia, leitores e, porquê não dizer, sobreviventes das análises diárias do mercado de câmbio. O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 5,9985 para venda, conforme informado pelos operadores da mesa de câmbio da corretora Getmoney.
Após declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre implementar tarifa de 104% sobre os produtos importados da China (começaram a valer a partir de hoje), a moeda norte-americana à vista chegou à operar acima de R$ 6,00. Estão no radar algumas possibilidades de acordo entre diversos países e os EUA no sentido de abaixar as tarifas, mas por enquanto nada de concreto. O mais provável é que haverá o repasse deste aumento de custos para os preços aos consumidores por lá. Se isso acontecer, acarretará uma alta na inflação, ainda que seja de curto prazo.
Até a implantação das tarifas, a economia por lá estava crescente e o mercado de trabalho forte. Hoje poderemos ter surpresa nas atas do Fed, pois quando a decisão de juros foi tomada não havia ainda ciência sobre a magnitude das tarifas. E segue a busca por proteção e aversão ao risco no mercado de câmbio devido ao agravamento das tensões comerciais e medo de recessão nos EUA.
O responsável por essa onda de alta no dólar tem nome e sobrenome: Donald Trump. E o motivo é a incerteza comercial e tarifária. Os dados que estão no foco dos investidores são os dados de inflação nos EUA: o índice de preços ao consumidor (CPI), que sairá amanhã, e o índice de preços ao produtor (PPI), que sairá na sexta. Esses números podem dar pistas sobre os próximos passos da política monetária por lá.
No calendário econômico para hoje vamos acompanhar no Brasil os empréstimos bancários de fevereiro (8:30 hrs) e o fluxo cambial estrangeiro (14:30 hrs). Nos EUA teremos discurso de Barkin, membro do Fomc (13:30 hrs), e as atas da última reunião do Fomc (15:00 hrs).
Bons negócios a todos, muito lucro e um pouco de cautela não faz mal a ninguém.