Bom dia e boa semana, mercado do câmbio. O dólar à vista fechou a semana passada estressado cotado a R$ 5,6156 para venda, conforme informado pela mesa de câmbio da Getmoney corretora.
Tudo isso devido a receios fiscais domésticos, preocupações geopolíticas no Oriente Médio e desmonte de apostas em cima de corte de 0,5% na taxa de juros norte-americana. Durante o final de semana, a China falou sobre o pacote de estímulos sem dar números e sem dar detalhes. Saíram também os dados da Balança Comercial do país.
Olhar para a China é muito importante para nós que atuamos no mercado de câmbio, pois o Brasil, por ser exportador de commodities e ter a China como principal cliente, sofre impacto direto na câmbio com os números que saem por lá. Como aqui no Brasil a reação no câmbio é sempre exacerbada -- quando sobe, sobe muito, quando cai, cai muito --, é necessário “sangue frio” por parte do investidor, para saber a hora de entrar e sair. Após movimentos exacerbados, costuma ter uma certa acomodação do câmbio no patamar atingido até que novos eventos surjam.
Após uma crise de confiança e demanda fraca, alem da queda do preço dos imóveis, o pacote anunciado no sábado tenta reaquecer a segunda maior economia do mundo. A questão é se essa situação da China será suficiente para derrubar a taxa de câmbio do dólar por aqui (afinal, não houve detalhamento nem cronograma, nem números) ou se a falta de anuncio de medidas efetivas de comprometimento fiscal e a insistência do governo em realizar o ajuste fiscal pelo lado da arrecadação falarão mais alto. Vamos acompanhar.
Quanto aos EUA, as apostas majoritárias continuam em corte de 0,25 pp para a próxima reunião de política monetária e uma certa volatilidade para o mercado devido a proximidade da eleição presidencial por lá. Provavelmente, os investidores internacionais, que ficam mais cautelosos às vésperas da eleição, aumentarão as compras de títulos do Tesouro norte-americano, e com isso pressionarão a taxa do dólar. Parece que o diferencial de juros pró-Brasil, o carry trade, mesmo com juros caindo nos EUA e subindo aqui, não está sendo suficiente para animar a nossa moeda.
No calendário econômico para hoje vamos acompanhar aqui no Brasil o tradicional Boletim Focus, divulgado às segundas feiras (8:25 hrs) e o IBC-Br, considerado a prévia do PIB (9:00 hrs). Nos EUA teremos discurso de Kashkari, membro do Fomc (10:00 hrs), e discurso de Waller, membro do Fed (16:00 hrs).
Bons negócios a todos e muito lucro!