O juro brasileiro joga a favor do câmbio. O Bacen indicou que poderá parar de subir a Selic depois de maio, mas além de o patamar da taxa já estar bastante elevado em comparação aos pares, existe ainda o risco do BC precisar esticar o ciclo de aperto monetário, dada a pressão implacável da inflação. Vamos acompanhar passo a passo as próximas reuniões de política monetária para traçar cenários para o câmbio.
O fluxo estrangeiro ao país visto no começo do ano deve diminuir de intensidade, mas ainda vai continuar entrando capital aqui pelo carry trade. Quando digo diminuir me refiro a fatores políticos locais (ano de eleição) e uma percepção de maior risco conforme a questão Rússia Ucrânia se estenda sem um acordo.
Ontem o dólar à vista caiu 1,07% e encerrou o dia vendido a R$ 5,0373. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, recuou 0,65%, em 97,974 pontos. O euro se fortaleceu após comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, garantiu que serão tomadas as "medidas necessárias", caso as consequências econômicas negativas da guerra na Ucrânia aumentem.
O porta-voz do FMI Gerry Rice, disse que o Fed. está agindo "apropriadamente" ao apertar a política monetária e sinalizar trajetória de juros mais altos no futuro, mas a guinada em sua postura traz riscos para países de mercados emergentes dependentes de financiamento em dólares. Para nós, devido ao nosso juro estar muito mais atrativo, não está acontecendo um impacto significativo no câmbio com esse aumento de juros nos EUA, mas sugiro não “bobear” e ficar de olho no ciclo de altas de juros e se vão conseguir entregar o que dizem.
Bom fechamento da semana para todos do mercado, e um final de semana de paz a todos!