A tradicional Ptax de final de mês (e desta vez é final de trimestre também) sairá hoje. O mercado costuma ficar bastante volátil com a “briga” entre comprados e vendidos. Mas o que vamos ver no câmbio é a “digestão” do arcabouço fiscal, que já começou ontem com a queda do dólar e agradou o mercado.
A proposta do governo para o novo arcabouço terá uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas contará também com um limite mínimo para a evolução das despesas, de acordo com o Ministério da Fazenda, em regra que contará com metas flexíveis para o resultado primário. A medida estabelece que as despesas públicas não poderão crescer mais do que 70% da variação das receitas. A princípio, parece bom.
Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0978 para venda. A divulgação aqui no Brasil do Relatório Trimestral de Inflação pelo Banco Central não mudou a avaliação de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, tem pouco espaço para cair no curto prazo. Como a visão é de que os juros nos EUA, por outro lado, não subirão tanto, o Brasil segue atrativo para os investidores estrangeiros (carry trade). Segue por aqui o ânimo pelo nosso diferencial de juros, que favorece o real. Com a continuidade da política monetária contracionista, visando conter as pressões inflacionárias, os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa enfrentam um dilema entre a necessidade de diminuir o indicador de preços e um possível comprometimento da estabilidade do sistema financeiro.
No calendário para hoje, na Europa teremos IPC, Taxa de Desemprego e discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE. Aqui no Brasil, o Ptax, o Balanço Orçamentário e a Taxa de Desemprego. Nos EUA, o PCE, o PMI de Chicago, a Confiança do Consumidor de Michigan e o discurso de Williams, membro do Fomc.
Ótimo final de semana a todos e muito lucro!