O Brasil está deixando de aproveitar um momento positivo no exterior de apetite a risco, por conta de fatores locais. Ontem, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,2736 em meio a riscos de que o Banco Central concorde com uma revisão das metas de inflação.
A equipe econômica do governo estuda antecipar uma revisão das metas de inflação do país. O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou a integrantes do governo que defenderá uma alteração na meta de inflação de 2023 para 3,5%, contra os atuais 3,25%. Se isso se concretizar e os objetivos de inflação do país forem elevados com a conivência de Campos Neto, isso seria interpretado como o Banco Central cedendo a pressões políticas, o que abalaria a credibilidade da independência da autarquia e afastaria investidores estrangeiros do mercado local.
A maioria do mercado defende a autonomia do Banco Central. Eventual mudança na autonomia do BC precisaria passar pelo Congresso por meio de um projeto de lei complementar.
O líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados, José Guimarães, disse ontem que a reforma tributária será fundamental para estabilizar a economia e reiterou fala do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que pretende apresentar ao Congresso Nacional em abril uma proposta de novo arcabouço fiscal para o país. Vamos aguardar!
Os investidores estão de olho no cenário econômico dos Estados Unidos, frente a expectativas de novos aumentos nas taxas de juros para controlar a inflação.
No calendário econômico de hoje, veremos no Brasil o crescimento do setor de serviços; na Europa, o pronunciamento de Schnabel, do BCE. Nos EUA; a confiança de consumidor e o discurso de Waller, membro do Fed.
Bons negócios, pessoal. Ótimo final de semana!