O dólar ontem caiu para a menor cotação do ano e fechou em queda de 0,13%, a R$ 5,5286. No decorrer do dia, a moeda americana chegou a se aproximar do suporte técnico de R$ 5,50.
A desaceleração da queda do dólar ocorreu no fim da tarde e respondeu à deterioração de sinal nos mercados internacionais. As bolsas de valores de Nova York caíam até 2%, o dólar reduziu as perdas contra uma cesta de moedas, e as taxas de juros dos títulos de referência do Tesouro norte-americano desceram às mínimas do dia, denunciando o clima de aversão a risco.
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Os mercados de câmbio precisam prestar mais atenção aos rendimentos dos títulos do que às taxas de juros de curto prazo. O rali recente nas taxas de títulos soberanos de países centrais serviu como elemento a restringir a liquidez, o que teria potencial de afetar perspectivas para ativos de mercados emergentes, como a moeda do Brasil.
Não podemos esquecer que ainda existem os fatores internos como risco fiscal e eleição como potencial fonte de reveses à taxa de câmbio brasileira.
O ano de 2022 começa com muitas incertezas, seja no cenário externo, no qual vislumbramos o início de um processo de aperto de política monetária nos EUA, seja no interno, em que temos uma eleição presidencial e toda complexidade que isso envolve, em meio a uma forte desaceleração da economia.
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As operações locais ontem repercutiram o forte ajuste de baixa na moeda norte-americana no exterior, diante da percepção de que os Estados Unidos não serão ainda mais agressivos no processo de normalização de sua política monetária do que o esperado.
Mercado entendeu que mesmo a alta de juros lá fora não vai gerar o enxugamento expressivo de liquidez nos mercados emergentes.
Existe também um alívio de que os danos ao crescimento do choque da Ômicron podem ser limitados.
Dados hoje: vendas no varejo no Brasil e nos EUA. Teremos discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) Christine Lagarde. Também discurso de John Williams, membro do Fomc.
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