Bom dia, sobreviventes do mercado de câmbio. E lá vamos nós para mais um pregão desafiador aqui no Brasil. O dólar à vista fechou a quarta-feira cotado a R$ 5,297 para venda, conforme informado pela Getmoney corretora de cambio. Após romper a barreira psicológica de R$ 5,30, acionou gatilhos de venda, que ficam no automático, e a taxa de câmbio voltou em pouco.
Cá entre nós, bem pouco. A queda do minério de ferro na China ajudou a puxar o dólar aqui e a derrubar a bolsa. O Brasil, por ser um exportador de commodities, sofre quando isso acontece, e obviamente o câmbio responde também.
Sobre a trajetória dos juros nos EUA, que impacta bastante aqui no câmbio, temos que o desaquecimento da economia norte-americana, após dados de emprego fracos nos EUA, sugerem um cenário de que em setembro os juros podem começar a ser cortados por lá.
Seguimos na expectativa sobre o payroll de sexta. Esse dado vai balançar o mercado. Ele pode reforçar as precificações em cima dos cortes de juros norte-americanos, e fazer preço sobre os treasuries e consequentemente na nossa taxa de câmbio.
Quanto aos juros aqui no Brasil, o cenário agora é de manutenção da taxa no patamar atual para a próxima reunião de política monetária. Nos últimos discursos e comunicados do Banco Central vimos a preocupação com as expectativas de inflação futuras. E o crescimento do consumo e o mercado de trabalho aquecido podem impactar as projeções da taxa Selic. Provavelmente veremos de um a dois cortes de 0,25% na nossa taxa de juros esse ano. Mas a tendência é a economia desaquecer no próximo trimestre.
Na esfera político fiscal, teremos confusão. A medida provisória para restringir o uso de créditos tributários por empresas deve enfrentar uma bela briga no Congresso e na Justiça. Vários setores impactados pela MP, vão tentar derrubar a medida. A medida, que já entra em vigor desde já, compensa a perda de receita de cerca de 26 bilhões de reais com a desoneração da folha. Pois é, galera, vamos arrecadar mais, porque parar de gastar está fora de questão. Na minha opinião, o consumidor vai sentir o repasse do impacto da medida em vários produtos, como cereais, café, leite, carnes, frutas, legumes, óleo de soja, margarina, alguns medicamentos, biodiesel e outros. Vejam que maravilha, nós não vamos pagar mais impostos, só vamos pagar mais caro pelos produtos.
No calendário econômico da quinta teremos na Zona do Euro as vendas do varejo de abril, a variação de empregos no primeiro trimestre e a decisão de taxa de juros. Será que já vem o corte de 0,25%? Vamos ver a declaração de política monetária na sequência (9h15 horário de Brasília). Teremos também discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE. Nos EUA, sairão os pedidos por seguro-desemprego e a balança comercial de abril. Por aqui, fluxo cambial estrangeiro e balança comercial de maio.
Bons negócios a todos e muito lucro.