Conforme eu já havia comentado anteriormente, o mercado de dólar (principalmente após o mês de abril) vem sentindo um fluxo de entrada forte, seja em parte pela expectativa em cima da Taxa Selic seja pelas entradas via emissão local de dolarizadas no exterior e os próprios IPOs. O dólar caiu 5% no ano, depois testou romper o R$ 4,90 na semana passada, mas acabou fechando a semana em R$ 4,93.
Percebo que alguns analistas utilizam, de forma isolada, alguns indicadores para estudar o dólar, o que na minha opinião é equivocado. Como exemplo, o indicador IDP, que mede os investimentos diretos no país, está em um patamar muito bom, pois, de janeiro a maio desse ano, a entrada de recursos de empresas estrangeiras somou US$ 22,5 bilhões, de acordo com dados do BC. Contudo, a base de comparação é 2020, ano em que nós despencamos para o menor nível de entrada de recursos em 10 anos.
Além disso, temos a reforma proposta pela equipe econômica que pode prejudicar a leitura de grandes investidores, a prorrogação do auxílio emergencial, um ano de eleições logo ali na frente e medidas que podem visar votos – algo que Bolsonaro já deixou claro que não medirá esforços para tomar.
Ou seja, o fluxo ainda está entrando no país, até porque o custo-Brasil está “relativamente baixo ainda”, mas isso atrai para aportes produtivos de CURTO PRAZO. As premissas no curto prazo estão melhores do que em 2020 sim, mas o que está por vir deixa muito claro que, para o dólar voltar para cima dos R$ 5,00 e se manter, é MUITO MAIS FÁCIL do que ir para os R$ 4,50, como já afirmei anteriormente.
A mola está aí... e bem apertada. Só não vê quem não quer!