O Brasil está em um ciclo de alta de juros, e juros mais altos levam a uma queda do dólar ante o real pelo carry trade, prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e dos juros. Nela, o investidor toma dinheiro a uma taxa de juros menor em um país - no caso, os Estados Unidos - para aplicá-lo em outro, com outra moeda, onde o juro é maior, como o Brasil. Com o juro americano próximo de zero e a Selic a 3,5%, com perspectiva de ir a 5,75% ao fim do ano, há tendência de entrada de dólares no Brasil, o que pode reduzir a taxa de câmbio por um período.
Bem provável que na semana que vem, após a reunião do Fed e aqui do Comitê de Política Monetária (Copom), a moeda brasileira se aprecie e venha para abaixo de R$ 5. Vai depender da evolução da vacinação e da pandemia como sempre. A conjuntura ainda é muito abalada para vermos um dólar muito mais baixo do que isso.
Ontem, após registrar mínima na casa dos R$ 5,03 com os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA acima do esperado se sobrepondo ao impacto do IPC de maio no país mais forte do que as projeções, o dólar devolveu um pouco da queda e passou a subir. O ajuste está em linha com a desaceleração das perdas da divisa americana ante moedas emergentes e ligadas a commodities.
A recuperação das economias de Estados Unidos e China, os preços das commodities estão em alta, beneficiando países exportadores, como o Brasil.
O cenário macroeconômico deu uma desanuviada, depois da divulgação de um PIB melhor no primeiro trimestre e até pela inflação mais alta, que, em conjunto, melhoram as estatísticas fiscais.
A alta nos preços dos Estados Unidos veio acima do esperado, assim como no último mês,0,6% ante os 0,4% projetado, o temor dos investidores é que a inflação americana fique acima do esperado e gera expectativa de retirada de parte dos estímulos á economia antes do esperado. Caso a autoridade monetária reforce a continuidade do juro próximo de zero e de injeção de liquidez no mercado, o dólar tende a perder força internacional. Na quarta que vem, o Fed se reúne para definir a política monetária.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu deixar sua política monetária inalterada após reunião concluída nesta quinta-feira, 10, como se previa, e reiterou que continuará comprando bônus em ritmo “significativamente” mais rápido do que no começo do ano. O BCE reafirmou também que os juros básicos vão continuar nos níveis atuais ou menores “até que a perspectiva de inflação convirja de forma robusta” para sua meta.
De dados hoje por aqui sairá ás 9 horas a produção industrial mensal e o crescimento do setor de serviços.