Ontem, o dólar à vista fechou cotado a R$ 5,7128. Reação a ata do Federal Reserve (Fed), na qual as autoridades do Banco Central americano avaliaram que o mercado de trabalho nos EUA estava "muito apertado" e que o banco central precise aumentar as taxas de juros mais cedo do que o esperado, e comece a reduzir sua carteira geral de ativos para domar a alta inflação. Não foi novidade, mas impulsionou mais o dólar.
O mercado já vinha precificando essa decisão, mas ontem, após a ata, movimento acelerou ainda mais ganhos para a moeda norte americana. Além de mencionar altas de juros antes do esperado, também falaram sobre reduzir o tamanho do seu balanço.
O potencial enxugamento de liquidez pelo BC norte-americano representa um desafio adicional para os emergentes, e obviamente para o real, que costuma sofrer em situações assim devido ao risco de fuga de capital para os EUA, onde a rentabilidade dos títulos ficaria maior com a alta de juros.
Após ganho de R$ 2,967 bilhões com sua posição em swap cambial em novembro, o Banco Central registrou resultado negativo de R$ 3,984 bilhões em dezembro com estes contratos pelo critério caixa. Em 2021, o Banco Central registrou resultado negativo de R$ 22,324 bilhões com os contratos de swap pelo critério caixa. Pelo conceito de competência, houve perdas de R$ 13,695 bilhões. O pior é que todos esses leilões não conseguiram conter a alta do dólar, e muito menos o risco país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai divulgar seu relatório Perspectiva Econômica Global em 25 de janeiro, uma semana depois do planejado, para levar em conta os últimos acontecimentos relacionados à Covid-19. Apesar de menos letal, a onda dessa variante ômicron do coronavírus veio muito avassaladora quanto a quantidade de casos e transmissibilidade. O FMI vá provavelmente reduzir ainda mais suas projeções de crescimento econômico global em janeiro.
Para hoje, por aqui, o IGP-DI de dezembro. Nos EUA, pedidos por seguro-desemprego, e amanhã payroll de dezembro.
Vamos continuar monitorando riscos fiscais, eleição, inflação, política monetária americana, covid, Selic e por que não dizer, as surpresas do caminho… boa sorte, mercado!