O movimento de fluxo de capital para classes de ativos em que investidores enxergam mais oportunidades de ganhos, como moedas de países que já estão em processo de aperto monetário como o Brasil, continua. Aqui o diferencial de juros é muito alto perante o praticado nos EUA, mesmo considerando as altas que estão por vir.
Apesar de rompimento do suporte psicológico de R$ 5,20 em parte do dia, o dólar à vista fechou ontem a taxa de R$ 5,2393, com leve alta de 0,24%. Na mínima chegou a R$ 5,1741 e na máxima R$ 5,2517. Uma volatilidade bastante considerável.
Os dados de inflação nos EUA turbinaram apostas de aumentos mais vigorosos nos juros por lá. Uma autoridade do banco central norte-americano defendeu altas mais expressivas e mais rápidas do juro. Ainda assim, a moeda na prática apenas devolveu as perdas de mais cedo, sem forças para construir altas mais fortes, a despeito de dados de inflação mais expressivos nos EUA.
James Bullard, que é presidente do Federal Reserve de St. Louis, quer o início da redução do balanço do Fed a partir do 2º trimestre. Além disso, gostaria que a taxa de juros chegasse no intervalo de 1-1,25% em julho. A possibilidade de o Fed subir a taxa de juros em 50 pontos-base subiu para 72,4% na reunião de março, de acordo com o Monitor do Investing.com.
O Brasil tem tido desempenho superior ao de outros países emergentes na questão cambial e em fluxo de capital para cá, sobretudo de sermos fortes exportadores de commodities.
Mais um dado é que o ingresso líquido de não residentes para ações negociadas na B3 (SA:B3SA3) já se aproxima de R$ 40 bilhões, conforme dados da bolsa. Quanto mais fluxo estrangeiro novo para o mercado acionário local, maior a oferta de dólar e, portanto, mais pressão de baixa sobre a moeda norte-americana.
Hoje às 12 horas será divulgado o relatório de política monetária do Fed.
Bons negócios e ótimo fim de semana a todos!