Receios em torno de uma desaceleração econômica global afetaram o mercado do câmbio ontem. Quando saem dados negativos na China, importante importador de commodities daqui, o Brasil sofre no câmbio. Os PMIs de China, Japão, Zona do Euro, Alemanha, Reino Unido e Global indicaram recuo na atividade manufatureira, enquanto os indicadores dos EUA registraram avanço, ainda que em território de contração (abaixo de 50).
O dólar à vista fechou o dia de ontem cotado a R$ 4,791 na venda.
Para completar aversão a risco, a agência de classificação Fitch rebaixou o rating de longo prazo em moeda estrangeira dos Estados Unidos de "AAA" para "AA+", apontando para uma esperada deterioração fiscal nos próximos três anos, bem como uma alta e crescente carga geral da dívida do governo.
E para hoje, o mercado vai operar na expectativa da decisão de juros aqui no Brasil, mas a nova Selic só será divulgada após fechamento do mercado. Para a grande parte dos economista, a aposta é num corte de 0,25 pp, embora os últimos índices de inflação deixem claro que haveria espaço para um corte de 0,50 pp. Vamos ver como será.
Como disse na análise de ontem, o que está precificado é um corte de 0,25%, se o BC surpreender e cortar 0,5%, ou não cortar, daí sim o câmbio vai repercutir a decisão. Mas isso só veremos no pregão de amanhã. A Selic atualmente está em 13,75%.
Ainda falando em Brasil, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o governo espera que a Câmara dos Deputados conclua a aprovação da proposta de novo arcabouço fiscal neste mês, mantendo mudança feita no Senado que prevê que o governo possa usar a inflação do segundo semestre como baliza para a previsão das despesas do ano seguinte. Quanto ao ajuste fiscal, o cenário é desafiador para zerar o déficit. A Fazenda piorou sua projeção fiscal na semana passada, apontando que, com o atual cenário, o governo vai encerrar 2023 com déficit primário de 145 bilhões de reais, patamar distante dos 100 bilhões de reais tratados pelo ministério como o objetivo para o ano.
No calendário econômico de hoje, veremos, nos EUA, a variação de empregos privados (ADP) de julho. Por aqui, a decisão de juros. Bons negócios para todos e muito lucro!