Após uma semana bastante lateralizada, vazia de grandes dados econômicos, inclusive a ausência do Payroll que ocorre, como de costume, na primeira sexta-feira de cada mês, esta segunda semana de março certamente irá aquecer as movimentações de dólar futuro.
A começar pela segunda-feira, os dados de vendas no varejo da Zona do Euro já apontam uma forte desaceleração em comparação tanto à expectativa quanto ao informado anteriormente. Sairá ainda na quarta-feira (8/3) ADP e Leitura do Livro Bege que descreve as condições econômicas norte-americanas. Neste mesmo dia também serão divulgados números de desempenho inflacionário na China. Finalizando a semana, quinta feira, pedidos iniciais por seguro-desemprego e, sexta feira, o Payroll.
Pois bem, sempre que ocorre uma lateralização intradiária no preço do dólar futuro, após o rompimento deste canal, o mercado tende a realizar movimentações mais intensas. Há semanas estamos em uma grande faixa de negociações nas regiões de preço de R$ 5280 e R$ 5140, algumas vezes parecendo encaminhado para possivelmente tentar trabalhar próximo ou até mesmo abaixo dos R$ 5000 mas que, muito sensível ao início do novo governo com falas e declarações conflitantes à autonomia do Banco Central, indicação de novo diretor e a pressão sobre Roberto Campos Neto, o estresse e cautela dos investidores fez por várias vezes valorizar a moeda americana.
O câmbio precificou as falas dos dirigentes do Fed na primeira semana do mês de março sobre um possível aperto no controle da inflação, o qual merece ainda mais atenção diante deste novo ciclo de dados econômicos. No entanto, o planejamento da condução econômica no Brasil, possivelmente será ainda mais capaz de trazer alívio ou grande instabilidade e desvalorização do real com total atenção à apresentação de um novo arcabouço fiscal que, ao que tudo indica, deve ser apresentado ainda nesta primeira semana de março. Durante os dias que se seguem, a equipe ligada ao Ministério da Fazenda, inclusive o próprio Fernando Haddad, têm o grande potencial de tirar o dólar desta grande lateralização.
Segue o fantasma do teto de gastos e as decisões que o governo planeja para balancear o controle da inflação com o crescimento econômico freado pela longa e elevada taxa de juros. Semana que pode ser crucial para a valorização da nossa moeda, precisamos caminhar na direção do alívio nas tensões entre governo e Banco Central, apresentarmos um planejamento de um arcabouço fiscal que passe confiança ao mercado interno e principalmente externo e avançar com a realização de projetos que solidifique e eleve nossa capacidade de desenvolvimento econômico e produtivo.
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto